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Entenda o que é CDB e saiba por que você deve investir nele

Escrito por Claudia Midori | 26/01/2021 15:30:48

Em cenário de lenta retomada econômica e taxas de juros com valores muito altos, os investimentos passam a ser grandes oportunidades para quem tem algum dinheiro reservado. As opções são muitas: para todos os gostos, perfis e bolsos.

O CDB — Certificado de Depósito Bancário aparece como uma das melhores escolhas, com operações de baixo risco e alta rentabilidade. Como títulos de Renda Fixa, são mais previsíveis, seguros e acessíveis e, ainda, não têm cobrança de taxa de administração.

Pensando nisso, montamos um guia com tudo o que você precisa saber para aplicar com confiança. Ficou interessado? Confira a seguir!

O que é CDB — Certificado de Depósito Bancário?

Os Certificados de Depósito Bancário são títulos privados, emitidos exclusivamente por bancos e instituições financeiras. O principal objetivo dessa ação é conseguir captar recursos para financiar atividades diversas. Em sua maioria, são empréstimos a outros clientes, em que os juros são muito altos e uma parte é cedida ao investidor de CDB.

Basicamente, funcionam como empréstimos que os clientes concedem ao banco. Depois, a instituição devolve o dinheiro com correção de juros, significando lucro para os investidores. O mesmo acontece quando o Governo precisa de recursos, só que ele disponibiliza os Títulos Públicos.

São investimentos do tipo depósito a prazo, uma vez que o dinheiro não estará na conta-corrente, mas aplicado com o banco. A título de curiosidade, os depósitos à vista são aqueles que permanecem na conta-corrente, à disposição do cliente, e o banco pode usar a quantia parcialmente, sem remuneração para o correntista.

O CDB é considerado tão seguro quanto a Poupança, mas apresenta rendimentos melhores — alguns podem render até 2x mais — e tem mais flexibilidade e variações, que agradam a todos os tipos de investidores, mais conservadores, moderados ou agressivos.

Outra vantagem é que alguns podem ter liquidez diária, assim como a Poupança, e podem ser resgatados em qualquer data. O rendimento pode estar atrelado a dois tipos de taxas: pré ou pós-fixadas. A aplicação mínima pode variar de banco para banco; no Banco Sofisa, a aplicação mínima é de apenas R$ 1.

CDB prefixado

É o CDB que possui uma taxa fixa definida no momento da negociação. Assim, o valor a ser resgatado no final da aplicação já é previamente conhecido, sem possíveis alterações, independentemente de fatores externos da economia. Possui liquidez somente no vencimento, não podendo ser resgatado antes. Essas aplicações têm comportamento similar ao das Letras do Tesouro Nacional (LTN).

São boas aplicações para conjunturas econômicas que esperam quedas dos juros. Assim, você provavelmente terá atrelado ao seu investimento uma taxa mais alta do que a do momento de resgate e, portanto, obterá um lucro real com o investimento.

CDB pós-fixado

Uma das modalidades é o CDB pós-fixado, isto é, no momento do investimento você não sabe qual será o rendimento. A taxa que definirá o rendimento é acordada, mas o valor final não é previsível, pois está sujeito à variação do indexador, geralmente atrelado ao IPCA, SELIC ou CDI.

A escolha do indexador deve depender de avaliações, tanto do cenário econômico atual quanto de expectativas em relação à alta ou à queda de juros. Cada instituição oferece alguns tipos para cada modalidade, com mudanças nas taxas, liquidez e prazo. São investimentos parecidos com as Letras Financeiras do Tesouro (LFT).

É um tipo que intriga os investidores mais conservadores, tendo em vista que o valor final não é conhecido. Entretanto, é um dos investimentos mais seguros depois da Poupança. Pode estar protegido contra variações da inflação e os investimentos serão corrigidos por algum indicador.

O título atrelado à inflação (IPCA — Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede o índice médio da variação dos preços) é um caso especial, conhecido como misto. Ele apresenta remuneração em parte ligada a um índice variável, tal como um certificado pós-fixado, e outra parte fixa, como os prefixados. Um exemplo é um certificado atrelado à inflação mais uma taxa fixa de 6%.

O funcionamento da negociação

Um dos passos fundamentais é saber o momento certo de aplicar e onde aplicar. As instituições baseiam-se no mercado e nas condições internas para disponibilizar os títulos. Tudo depende da demanda, a famosa lei da oferta e da procura. Nos casos em que o banco precisa de capitação de recurso de maneira mais urgente, pode oferecer certificados com taxas mais altas e o investidor sai ganhando com isso.

É bom atentar-se às condições da instituição, como prazo, liquidez e taxas. E antes de escolher qual será, avalie o tamanho do banco e busque saber mais sobre as taxas. Bancos maiores tendem a oferecer CDB com taxas mais baixas, rendimento consequentemente menor, pela maior procura.

Além disso, a lógica que muitos bancos e instituições financeiras usam é: quanto maior o valor aplicado e exposição do título, maior remuneração e risco.

Então, o segredo é negociar!

Os riscos envolvidos no processo

Como já citado, os Certificados de Depósito Bancário aliam três fatores que interessam muito a qualquer investidor. O primeiro é a alta rentabilidade, comparado à aplicações seguras, como a Poupança. O segundo é tributação restrita ao Imposto de Renda, que será comentada logo a seguir.

O terceiro fator é o baixo risco e segurança. Como toda aplicação financeira, o CDB oferece riscos, que é o risco de crédito. Isto é, nos casos em que a instituição não honrar a dívida ou quebrar, você poderá perder parcialmente ou totalmente o seu investimento.

Bom, o risco parece alto, mas o que garante a segurança dos títulos é a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito, que é uma entidade privada, sem fins lucrativos) para aplicações de até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira. Assim, independentemente do problema enfrentado com o banco que impeça o pagamento, nos critérios de garantia do Fundo, sua quantia aplicada é devolvida, com limite de R$ 250 mil.

A tributação desse investimento

São dois tipos de impostos cobrados. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um imposto federal sobre qualquer operação de crédito, de câmbio e operações relativas a títulos, com alíquota variável, dependendo da operação. O principal objetivo desse imposto é ser uma ferramenta de controle para as movimentações econômicas.

O valor cobrado é apenas para resgates até o 30º dia da aplicação. O imposto é retido na fonte e começa com uma alíquota máxima, chegando a 96% no primeiro dia, o que desestimula resgates em períodos muito curtos. Regressivamente, a alíquota é zerada após 30 dias da aplicação.

O Imposto de Renda também incide no CDB, bem como em outros títulos de Renda Fixa. A tabela que estabelece a incidência do imposto define uma porcentagem regressiva, que varia entre 22,5% e 15%, de acordo com o período da aplicação, contado em dias.

Confira os dados abaixo:

  • 22,50% para até 180 dias (6 meses);
  • 20,00% de 181 a 360 dias (entre 6 meses e 1 ano);
  • 17,50% de 361 a 720 dias (entre 1 ano e 2 anos);
  • 15,00% acima de 720 dias (2 anos).

Os dois impostos são retidos na fonte e é função do banco coletar o valor no momento do resgate, o investidor não precisa se preocupar com o processo de repasse do imposto à Receita Federal. Precisa, apenas, atentar-se à declaração do valor do rendimento e do investimento na Declaração Anual do Imposto de Renda.

A tributação é aplicada nos rendimentos do investimento, o valor aplicado não é alterado nem pode ser tributado. A alíquota do Imposto de Renda cobrada é um outro fator que merece atenção, visto que altera o rendimento total e tem relação com o tempo da aplicação.

Os rendimentos obtidos

Como existem modalidades diferentes de CDB, os rendimentos são muito variados.

A análise da instituição escolhida para fazer o investimento é indispensável. Como citado anteriormente, o tamanho do banco é um aspecto que pode influenciar muito na taxa aplicada sobre os investimentos, principalmente aqueles atrelados ao CDI.

CDI significa Certificado de Depósito Interbancário e são títulos, que funcionam como empréstimos de curto prazo entre instituições. A taxa média cobrada para esses empréstimos é o índice utilizado em transações financeiras, como CDB, LCI e LCA. A taxa do CDI aplicada pode variar entre 80% e 115% do CDI, uma disparidade que faz toda a diferença no rendimento da aplicação.

O prazo, isto é, o tempo que o dinheiro vai ficar emprestado, também define qual será a remuneração do banco. O vencimento da aplicação ajuda a definir por quanto tempo o banco terá em posse o valor aplicado e por quanto tempo esse valor pode render nas atividades internas, que podem ser outros empréstimos, por exemplo.

O valor disponível para aplicação, em conjunto com o prazo, é uma condição que implica no poder de negociação do investidor e interfere no possível interesse do banco no seu investimento. Grandes quantias podem ser mais propensas a garantir melhores condições de taxas e prazos.

E a taxa que foi previamente definida é o principal fator que incide nos rendimentos. O mercado pode até ter uma expectativa em relação à queda ou à alta dos juros, mas é um fator que conta com outros coeficientes e que não depende somente da conjuntura interna.

Comparações

Em todo investimento, a comparação e a análise são imprescindíveis. Preparamos algumas comparações acerca das aplicações que são parecidas e que podem ser interessantes para 2020. Lembrando que outras observações devem ser feitas na hora de escolher o investimento ideal para o seu perfil de investidor e a sua meta.

CDB X Poupança

Como já citado algumas vezes, a Poupança e o CDB apresentam muitas características em comum. Começando pela confiança e segurança que os títulos oferecem, nos dois casos a segurança é uma vantagem. Ambos são garantidos pelo FGC para depósitos de até R$ 250 mil, além de possuírem um baixo risco de crédito.

A Poupança é um investimento mais tradicional e conservador, tendo maior facilidade de acesso e resgate do que o CDB e podendo ser feita no próprio banco, junto ou não da conta-corrente.

A baixa rentabilidade da Poupança é o que faz o CDB tão atrativo em comparação. Atualmente, o rendimento da Poupança mal consegue superar a inflação anual e não acompanha as outras taxas de juros do país. Já os Certificados de Depósito Bancário são indexados a taxas mais altas, mas contam com desconto do Imposto de Renda, diferentemente da Poupança.

CDB X Letras de Crédito — LCA e LCI

Todos eles são opções de Renda Fixa. O LCA e o LCI são isentos do Imposto de Renda e são Letras de Crédito disponibilizadas pelos bancos para arrecadar capital para o setor imobiliário (LCI) e agrícola (LCA). Dessa maneira, o banco concede financiamento a quem quer comprar um imóvel ou atuar no agronegócio.

Possuem o mesmo tipo de rentabilidade, indexados às taxas pré ou pós-fixadas e são assegurados pelo FGC. Uma das diferenças mais consideráveis é o tempo da aplicação: as Letras de Crédito tendem a possuir um prazo bem maior de vencimento.

O que deve ser levado em consideração para a escolha entre eles é justamente o tempo aplicado do CDB, que vai definir a alíquota do IR, e o prazo aplicado do LCA ou LCI, que vai garantir maiores rendimentos.

LCA e LCI só são disponibilizados quando há lastro, isto é, papéis que signifiquem créditos disponíveis, devido a outras operações financeiras (empréstimos a empreendimentos imobiliários que precisam garantir a continuidade das obras, por exemplo).

O passo a passo para começar a investir

1. Escolha o banco

O primeiro passo é escolher uma instituição de confiança e com muitos anos de atuação no mercado. Pesquise muito sobre o banco, entre em redes sociais, sites e blogs. Tente consultar também pessoas que já fizeram algum tipo de aplicação, queira saber como foi durante a aplicação e o processo de resgate.

Você pode abrir outras contas para fazer essa aplicação e aproveitar melhores condições. Consulte a remuneração, taxas e prazos, além dos tipos de CDB disponíveis.

Pequenos e médios bancos oferecem melhores condições e suporte bem próximo do investidor. Para escolher o melhor, é importante verificar qual a nota de risco do banco, além de dados de instituições como o Banco Central, para saber mais sobre o histórico e a estrutura.

2. Eleja o tipo de CDB

Como citado anteriormente, os tipos de CDB são muitos, podem ser prefixados, pós-fixados, atrelados à inflação (IPCA), entre outros.

Para escolher o ideal para as suas finanças e objetivos, avalie quanto você tem disponível, qual opção oferecida pelo banco se encaixa melhor no seu perfil e o tempo que você poderá deixar esse dinheiro rendendo — lembrando que a tendência é que quanto maior o tempo aplicado, maior o rendimento, mas você deve ter em mente a sua meta e quando precisará do dinheiro.

Em suma, os prefixados são recomendados quando a taxa de juros está alta com tendência de queda. Os pós-fixados, por sua vez, são indicados quando a tendência da taxa é subir ou continuar alta. O CDB atrelado a um índice de inflação com acréscimo de juros é aconselhado para quem quer se proteger da inflação e obter um ganho real. Mas toda a análise deve ser feita com mais pesquisas, observando condições presentes.

3. Negocie

Geralmente, os bancos têm margens de mudança, mesmo que poucas, e isso já pode fazer uma diferença para o investidor. Dependendo da situação do banco e necessidade de captação de recursos, taxas e prazos podem ser negociados.

4. Respeite o limite de R$ 250 mil

Lembre-se que, mesmo com a garantia do FGC, há um limite que pode ser coberto. Portanto, vale a pena investir em mais de um fundo e diversificar a carteira de investimentos, assim você consegue diferentes ganhos e pode contar com garantia, evitando perdas.

5. Faça a aplicação

Certifique-se de toda a operação e continue acompanhando a situação do banco e para onde está indo o seu dinheiro.

6 dicas para se dar bem no investimento

Em um cenário com muitos tipos de investimento, Renda Variável, Renda Fixa, Bolsa de Valores, entre outros, é bom ter em mente algumas orientações e conselhos para conseguir sucesso financeiro.

1. Estabeleça suas metas

A primeira etapa é colocar no papel o que você quer com o dinheiro aplicado. Tenha consciência do motivo pelo qual você está recorrendo a investimentos. As metas podem ser comprar uma casa própria ou trocar o carro, por exemplo. Você deve avaliar quanto tempo tem para conseguir o dinheiro necessário e o valor disponível atualmente para começar o investimento. A partir daí, já pode passar para o próximo passo.

2. Organize-se

Crie uma rotina para alcançar o que você quer, avalie bem a situação financeira e estipule metas realistas para reduzir gastos e aproveitar melhor a renda, incorporando práticas benéficas para o seu planejamento financeiro.

Entre as práticas que podem facilitar essa organização, está o registro de todos os gastos mensais; assim, você consegue estipular o que é essencial, o que pode ser reduzido e o que deve ser cortado. Outra prática é manter uma quantia guardada para evitar maiores problemas em casos de emergência e prevenir dívidas posteriormente.

3. Procure saber cada vez mais sobre investimentos

O conhecimento acerca dos investimentos é um dos triunfos dos investidores de mais sucesso. Saber onde está investindo, quais riscos está correndo, quais são as opções, quando mudar de investimento e como diversificar para ganhar mais, são aspectos básicos que todo investidor deve ficar de olho. Com todas as informações, fazer escolhas ficará bem mais fácil.

4. Saiba qual é o seu perfil de investidor

Determinar a sua estratégia é mais uma das etapas para conseguir alcançar seus objetivos e aplicar da melhor maneira. O perfil do investidor é definido, resumidamente, pelo risco que ele está disposto a correr com o próprio capital e pelo conhecimento que ele tem sobre as aplicações.

O investidor conservador busca segurança e liquidez, priorizando aplicações com retornos mais previsíveis. Já o moderado gosta de ter segurança, mas busca investimentos que rendam mais, não apresentando um risco tão maior ou expressivo. Os agressivos, por sua vez, querem o máximo de rendimento, nem sempre avaliando todos os riscos envolvidos e ousando mais nas aplicações.

5. Fique atento aos prazos

Uma dica específica para os investimentos em Renda Fixa, como CDBs, é ter muita atenção aos prazos definidos. Eles regulam qual será o rendimento, quando será possível resgatar antes do vencimento e o IR que será descontado.

O prazo de vencimento do título representa quando o banco devolverá o dinheiro aplicado mais os rendimentos. Esse prazo é acertado no momento da aplicação e, quando há um prazo de carência definido, não é possível retirar a quantia antes. Nesses casos, você precisa vender o seu certificado a outro investidor, podendo ter perdas significativas no processo e depender de demanda e ofertas.

O prazo de carência está presente nos títulos que conseguem conciliar prazo de vencimento e liquidez. Logo, o título tem que ser deixado no banco por um prazo mínimo (período de carência). Depois dessa data, ele passa a ter liquidez diária e pode ser resgatado a qualquer momento, estando sujeito a prazos internos do banco e burocracias no processo.

6. Simule os investimentos

Existem diversos tipos de calculadoras online, disponibilizadas por bancos, corretoras e sites especializados, que se mostram muito úteis para simular qual será o valor bruto e líquido, já avaliando taxas, impostos e condições da operadora.

Por fim, as aplicações de CDBs podem ser mais simples que outras, mas, ainda sim, exigem atenção e pesquisa dos investidores para garantir o melhor negócio. Não só a rentabilidade e os prazos devem ser avaliados: toda a operação deve ser considerada, planejando a partir da sua meta e do aporte que você pode aplicar.

É fundamental contar com a ajuda de especialistas e com o suporte do banco para ter confiança em qualquer operação e saber o que fazer em todas as situações, positivas ou negativas.

E então, gostou do conteúdo? Pretende fazer alguma aplicação? Estamos à disposição para tirar qualquer dúvida sobre CDBs e investimentos em geral. É só entrar em contato com a gente!