Para manter uma união saudável e sem atritos desnecessários, a vida de casado costuma exigir muita cooperação, cautela e organização na rotina de ambos os cônjuges, não é mesmo? E isso também inclui uma estruturação melhor das finanças do casal. Afinal, os problemas com dinheiro gerados no próprio ambiente doméstico estão entre os principais motivos de instabilidade nas relações e de pedidos de divórcio.
Quer superar as dívidas e entender o planejamento financeiro a dois na prática? Então confira nossas dicas para organizar melhor o seu orçamento e garantir a estabilidade da sua família!
Se ambos os cônjuges possuem renda, então é fundamental que seja feita uma divisão equilibrada das despesas no ambiente familiar. Essa prática vai garantir que nenhuma das partes se sinta injustiçada ou sobrecarregada com as responsabilidades financeiras do casal futuramente.
Um método simples de dividir as contas é cada um fornecer uma contribuição proporcional ao salário, ou seja, quem ganha melhor assume mais gastos domésticos. Nesse sentido, se o casal possui um rendimento mensal equivalente a R$ 10 mil, sendo R$ 6 mil por parte de um e R$ 4 mil de outro, então a contribuição será de 60% e 40%, respectivamente.
Quando você acaba de se casar, é normal ter que lidar com algumas dívidas geradas pela própria união, como as parcelas remanescentes da cerimônia e da festa de casamento, os custos com a viagem de lua de mel e o financiamento de uma casa, por exemplo.
Por isso, a primeira etapa para os recém-casados é identificar precisamente quais são as pendências financeiras do casamento e somá-las aos novos gastos do ambiente familiar, como a conta de luz, água, internet, gasolina etc. A partir disso, fica muito mais fácil cortar as despesas supérfluas e organizar um plano que priorize a quitação das dívidas importantes a fim de sair do vermelho.
Um bom planejamento familiar não só facilita a estabilidade material do casal, como também ajuda a identificar quais são os custos fixos e variáveis no ambiente doméstico — incluindo aqui, por exemplo, as despesas com lazer, presentes ou mesmo problemas de saúde inesperados.
Para que as dívidas não saiam do controle, o ideal é que os cônjuges se reúnam uma vez por mês e coloquem na ponta do lápis, de maneira objetiva, as seguintes questões:
Assim, ao comparar o seu planejamento atual com os registros dos outros meses, vocês terão uma ideia geral do quanto já foi conquistado e do que ainda precisa ser resolvido na vida financeira do casal.
Que imprevistos acontecem, não é segredo para ninguém. Mas, dependendo do caso, vocês podem ter que desembolsar repentinamente uma grande quantia que não estava prevista no orçamento familiar.
A fim de evitar esse susto, uma saída eficiente é criar uma reserva de segurança assim que o orçamento do casal permitir. Além de ser uma garantia de que vocês estarão preparados para lidar com as surpresas financeiras, essa reserva pode ajudar a realizar alguns sonhos ou metas pessoais — como uma mudança de estado, especialização profissional ou transição de carreira.
Algumas ambições, como comprar um carro ou fazer uma viagem pelo mundo, exigem planejamento com antecedência e podem custar caro. Dessa forma, mesmo se estiver endividado com as contas do casamento, é muito importante que o casal dedique parte da economia mensal ao lazer e à realização de sonhos, sejam eles individuais ou conjuntos.
O valor mensal a ser guardado vai depender do combinado entre os dois: caso os seus objetivos exijam maiores investimentos, é possível que o casal tenha que cortar mais gastos para não comprometer o orçamento familiar.
À medida que a vida financeira do casal for alcançando a estabilidade, uma boa dica é ir aplicando a renda extra para nutrir objetivos futuros, sejam eles uma viagem de férias, a compra de um imóvel ou uma aposentadoria confortável. Afinal, o objetivo é fazer com que o capital se valorize com o passar do tempo.
Mas mesmo quem nunca aplicou ou está só começando no mercado financeiro pode encontrar algumas soluções de investimento atrativas. Uma delas é o Certificado de Depósito Bancário (CDB), uma espécie de investimento de baixo risco em que a instituição emite um título com o objetivo de bancar suas atividades de crédito. Na prática, isso quer dizer que você empresta dinheiro ao banco e recebe a quantia de volta com juros, depois de um prazo predeterminado.
Mais sugestões para iniciantes são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Da mesma forma que no CDB, você faz uma aplicação bancária e recebe seu dinheiro com juros no final do prazo estabelecido. Outro detalhe é que, por incentivarem o setor imobiliário e agrícola, tanto a LCI quanto a LCA são isentas de Imposto de Renda.
O Empréstimo com Garantia de Imóvel, por sua vez, é a solução na qual você utiliza o seu imóvel (comercial ou residencial) como garantia para solicitar um empréstimo pessoal. Como as taxas de juros costumam ser menores nessa modalidade, essa é uma boa forma de organizar as finanças do casal.
O orçamento familiar já está permitindo investimentos iniciais? Nesse caso, a melhor saída é procurar um banco de confiança e se informar com quem realmente entende do assunto, analisando quais são as melhores formas de aplicação para cumprir os seus objetivos.
Segundo um estudo organizado pela Universidade do Estado do Kansas, discussões financeiras são o melhor indicador de um possível divórcio na vida do casal.
Isso mesmo! Nada de discussões sobre sexo, família, compromissos ou crianças: o maior motivador de brigas que resultam no fim do casamento é o dinheiro.
Por isso, nós listamos abaixo os principais erros que recém-casados cometem e que levam às discussões que podem causar divórcio. Confira quais são e saiba como se proteger deles!
A base para a confiança nas economias de um casal é a transparência. Guardar segredos sobre seus ganhos ou gastos nunca é uma boa ideia. Infelizmente, isso é mais comum do que gostaríamos: cerca de 58% dos casais já cometeram algum ato de infidelidade financeira.
Mentir sobre o salário ou os gastos no cartão de crédito não costuma acabar bem, e essas discussões podem ficar muito sérias e intensas.
Por exemplo, é comum que um dos cônjuges empreste dinheiro a um familiar ou amigo sem avisar o parceiro, comprometendo as finanças pessoais para isso. Alguns casos mais extremos resultam em um dos cônjuges pegando um empréstimo pessoal com juros altos para esconder rombos no cartão de crédito.
Nesse caso, o melhor para ambos os parceiros é conversar e chegar a um consenso, mantendo a transparência e respeitando o acordo com o cônjuge.
Não é necessário prestar contas com as notas fiscais de cada gasto, por exemplo. O importante é deixar o parceiro ciente de mudanças ou incapacidades de seguir com o planejamento feito.
Cada família educa financeiramente os filhos de uma forma diferente. Por isso mesmo, cada adulto acaba lidando com dinheiro de uma maneira particular, porque foi ensinado assim pelos pais.
É possível que um cônjuge tenha aprendido a manter um orçamento controlado nos mínimos detalhes pela família, enquanto o outro aprendeu a movimentar os recursos para gerar mais retorno.
Essas diferentes formas de encarar o dinheiro podem gerar conflitos. Por isso, é recomendado que haja uma conversa franca sobre a futura vida financeira antes do casamento.
Mas, quando o conflito chegar, o importante é não forçar a sua visão sobre a do parceiro, e sempre buscar um compromisso entre as duas formas de lidar com a situação.
Isso não significa que qualquer tipo de postura é “aceitável”. É importante reconhecer e eliminar os extremos (tanto de gastar demais quanto de segurar o dinheiro em excesso e não ter conforto no dia a dia), organizando a vida financeiro de forma confortável para ambos.
Uma vida financeira saudável e estável é composta primariamente de dois fatores: um bom planejamento e uma execução excelente.
Seu plano familiar pode ser excelente, mas se não houver comprometimento com o orçamento de ambas as partes, ele vai fracassar. Afinal, um planejamento é só uma folha de papel enquanto não for colocado em prática.
Por isso é essencial que o casal esteja comprometido com o orçamento familiar, que deve ser a prioridade máxima das suas vidas financeiras.
Uma boa maneira de garantir isso é com um “Dia do Pagamento” em casa. Nesse momento, o casal se juntaria para pagar as contas do lar e fazer todos os depósitos para os seus planos conjuntos. O ideal é que isso aconteça logo depois do recebimento dos salários, para diminuir as oportunidades de esse dinheiro ser gasto com outras coisas.
Um erro muito comum que pode atrapalhar a vida financeira de um casal é não pensar no futuro do relacionamento. Afinal, muita gente considera o casamento como o “ponto máximo” de uma relação.
Depois de casados, ambos poderão querer ter filhos, fazer uma nova faculdade, pagar os estudos das crianças, quem sabe mudar de carreira ou começar um negócio, e eventualmente se aposentar. São muitas as possibilidades que estão reservadas para os próximos anos e, se não houver um preparo no presente, elas podem não existir.
Se o casal não pensar hoje sobre ter filhos, comprar uma casa própria ou se preparar para a aposentadoria, pode ter complicações financeiras no futuro, quando essas possibilidades se concretizarem.
É por isso que recomendamos que o casal invista junto e faça uma reserva financeira em conjunto, para ter em mãos o capital necessário para se proteger de alguma dificuldade ou realizar algum sonho.
Existem casos de pessoas reclamando que o parceiro vai ao supermercado com uma lista de compras e volta com muito mais do que o planejado originalmente. Essa atitude aumenta a despesa do casal e, apesar de não dificultar as contas, costuma trazer uma angústia muito grande para um dos cônjuges.
É comum que um seja marcado como o “gastador” do casal e o outro como o “econômico”. É possível que uma classificação desse tipo aconteça no seu relacionamento agora mesmo.
Nesses casos, o “econômico” desenvolve o hábito de tentar controlar as despesas do parceiro e falha inevitavelmente, gerando brigas e um sentimento de rancor que aumenta com o tempo. Esse tipo de coisa acontece porque o casal não está em sintonia financeira, isto é, não compreende ou não consegue lidar com os hábitos financeiros do outro.
Segundo estudos, os dois cônjuges costumam gastar a mesma quantia no longo prazo, focando apenas em coisas diferentes. É comum que alguém no relacionamento foque nas compras do dia a dia, como o supermercado, roupas ou as contas do mês, enquanto o outro dedique mais das suas atenções às grandes aquisições, como TVs, computadores e carros.
Por isso, não existe um “gastador” e um “econômico” já que, somando os valores desembolsados durante o relacionamento, a conta tende a se equilibrar.
A solução para esse tipo de problema está lá no terceiro tópico do nosso artigo: um bom planejamento. O casal deve separar uma cota financeira para cada tipo de aquisição e navegar de maneira responsável dentro dessa margem estabelecida. Essa atitude ajuda a eliminar a carga negativa dos “gastos” do parceiro e diminui as chances de briga.
Como deu para ver, é normal que as finanças do casal sejam motivo de discussão, mas o conflito é contornável com muita conversa, planejamento, comprometimento e confiança.
Agora que o casal já sabe como organizar a vida financeira, que tal usar suas forças para enriquecer juntos? Então, confira nosso guia para se livrar das dívidas e se tornar milionário em cerca de 20 anos!