Fazer cursos de mestrado e doutorado é um diferencial, especialmente se você deseja a carreira acadêmica. O problema que muitas pessoas encontram é: como pagar as mensalidades e o restante das contas?
A resposta nem sempre é simples. Há quem conte com a ajuda dos pais. Outros continuam no emprego e dão um jeitinho de conciliá-lo com os estudos. Porém, independentemente de qual seja a sua condição, é necessário se preparar para levar adiante uma pós-graduação com o mínimo de complicações financeiras.
Afinal, já existe um estudo apontando que a saúde mental na pós-graduação, especificamente no doutorado, pode ser afetada, de modo que doutorandos têm seis vezes mais propensão a desenvolverem depressão ou ansiedade. Sendo assim, é importante organizar bem as finanças e se precaver de, ao menos, problemas econômicos enquanto realiza o curso.
Se não sabe o que fará para equilibrar o seu orçamento, este post vai ser muito útil. Aqui, vamos dar 10 dicas sobre finanças para você continuar os estudos, pagar as contas e manter ou elevar a sua qualidade de vida. É o que deseja? Então, acompanhe nossas sugestões:
O Ministério da Educação (MEC) oferece diversos programas e bolsas de estudo para que o aluno receba subsídios em dinheiro ou descontos nas mensalidades e consiga cursar uma faculdade ou uma pós-graduação.
No primeiro caso, uma possibilidade é optar pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Já no mestrado e o doutorado, o estudante pode solicitar a bolsa de estudos, que é uma remuneração para que ele se dedique exclusivamente a essa função.
Quem cuida da distribuição de bolsas é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) também concede auxílios, porém é focada mais em quem vai estudar no exterior ou para estrangeiros no Brasil.
Cada universidade que faz parceria com uma ou mais dessas entidades possui determinada quantia para repassar aos cursos de pós-graduação que, por sua vez, a subdividem aos alunos que fazem o requerimento.
Atualmente, a bolsa de mestrado está fixada em R$ 1.500 e a de doutorado em R$ 2.200. Ainda tem a de pós-doutorado júnior, no valor de R$ 4.100, e a de pós-doutorado sênior, de R$ 4.400,00.
Já a CAPES concede bolsas em dólar, euro ou outra moeda de acordo com o país em que os doutorandos e mestrandos farão as suas pós-graduações, desde que os seus processos estejam de acordo com as suas regras.
Por exemplo, em dólar, atualmente o auxílio para esses dois grupos é de U$ 1.300,00, podendo haver acréscimo de U$ 400,00 em cidades consideradas de alto custo. A mesma regra do acréscimo vale para outras moedas, desde que os participantes estejam em localidades que têm custo de vida mais caro.
Para conseguir uma bolsa, você precisa ir bem nas provas de ingresso e elaborar um pré-projeto de qualidade. Ser bem classificado é fundamental. Depois, é só fazer a solicitação conforme os requisitos da CAPES.
Além disso, é preciso cumprir alguns requisitos, como não trabalhar (ou atuar na área e ter autorização do orientador e da coordenadoria da pós-graduação), fazer o estágio de docência, entre outros.
Lembrando que é preciso conferir a tabela de valores da CAPES ou da CNPq quando for solicitar uma bolsa para conferir as quantias atualizadas, já que podem ser reajustadas de tempos em tempos.
A bolsa não é o que você deseja? O valor é muito baixo para o seu orçamento pessoal? Ou você simplesmente não conseguiu ser aprovado? A dica é continuar trabalhando e conseguir estabilidade a fim de pagar as mensalidades sem correr o risco de atrasá-las.
Você sabe que um emprego exige empenho, dedicação e faz com que você gaste tempo e energia. Mas é possível conciliá-lo aos estudos. Por exemplo: se as aulas da pós ocorrerem à noite e/ou aos finais de semana, é um bom começo. Se a sua empresa for flexível, melhor ainda.
Tenha em mente que a prioridade deve ser o estudo, porque é a partir dele que você poderá contribuir com a empresa e melhorar a sua experiência e os seus conhecimentos. O emprego é o segundo na hierarquia, o que exige que alguns períodos de lazer sejam sacrificados.
Mesmo assim, é possível administrar tudo com uma boa organização pessoal. Tente também ter um emprego que se adapte ao seu estilo de vida. Assim, tudo fica mais fácil.
O dinheiro que você tem guardado pode ser aplicado em investimentos seguros. Assim, você garante uma renda extra para pagar as mensalidades. Três boas opções são: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
Essas modalidades são de Renda Fixa e garantem bom retorno sem correr risco de perder dinheiro. Veja as características de cada uma:
Esse título é emitido pelos bancos para o financiamento das atividades da instituição. É pouco arriscado, pois só existe o perigo de um calote no saque do montante aplicado acrescido de juros.
A liquidez do investimento pode ser até diária, o que significa que é possível fazer o resgate do valor a qualquer momento. No entanto, é importante verificar, porque há títulos do CDB com períodos maiores para o saque.
Também vale a pena ficar de olho no prazo de vencimento, porque ele assegura maior rentabilidade se você deixar o dinheiro até o final. Há cobrança de Imposto de Renda (IR) em cima do retorno.
O rendimento pode ocorrer de modo prefixado ou pós-fixado. No primeiro caso, sabe-se exatamente qual será o valor resgatado no final do prazo. A opção é indicada aos cenários de queda de juros, para garantir que receberá a taxa atual, que é mais alta.
O pós-fixado está atrelado a um indexador, que pode ser a Selic (taxa básica de juros da economia) ou o Certificado de Depósito Interbancário (que faz o lastro das operações entre os bancos). Não se sabe quanto receberá, porque depende da variação desses índices.
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Esses dois investimentos conservadores são voltados ao financiamento das atividades imobiliárias ou do agronegócio. A grande vantagem para o investidor é a isenção de IR, o que aumenta a rentabilidade na prática.
A liquidez não é diária, ou seja, essas aplicações são mais indicadas se você não precisar mexer no dinheiro em breve. Em algumas circunstâncias, é possível fazer o resgate antes do prazo de vencimento, mas, nesse caso, é paga uma remuneração proporcional. Por exemplo: se o rendimento é de 90% do CDI, o retorno antecipado pode ser de 80% do CDI.
O indexador da LCI e LCA geralmente é o CDI. Os dois investimentos são muito similares e vale a pena escolher aquele que tiver o título mais rentável.
Um dinheirinho extra sempre é bom, especialmente se você tem a mensalidade do mestrado ou doutorado para pagar. Há duas ótimas formas de fazer isso: sendo freelancer ou dando aulas.
Na primeira situação, a ideia é trabalhar para empresas sem ter vínculos empregatícios. A vantagem é pegar os trabalhos quando puder e precisar, o que faz com que o estudo fique em primeiro lugar.
Existem vários trabalhos de freelancer e plataformas que permitem o contato com os clientes. Você também pode apostar em um perfil no LinkedIn e no Facebook a fim de divulgar o seu trabalho.
Já no caso de dar aulas, a vantagem é que você já vai treinando para a sua carreira acadêmica. É possível ser contratado de algum colégio ou faculdade ou, ainda, por meio da divulgação de serviços particulares.
Os horários das aulas podem ser marcados conforme a sua disponibilidade e você define o quanto quer ganhar por hora. Assim, consegue ter um bom rendimento sem deixar os estudos de lado.
A mensalidade do mestrado ou do doutorado exige que você economize no seu dia a dia. Essa prática traz um impacto positivo muito significativo às suas finanças e dá mais fôlego para terminar os seus estudos com tranquilidade.
A verdadeira economia ocorre por meio de atitudes simples. Por exemplo: troque o ônibus ou o carro pela bicicleta ou por caminhadas. Em vez de comprar lanches no intervalo, leve de casa! Eles são mais saudáveis e baratos.
Você ainda pode substituir os passeios pagos (bares, shoppings etc.) pelos gratuitos. Algumas ideias são ir ao parque ou à praia, fazer um jantar com os amigos em casa ou ter uma noite de jogos com a família.
Para melhorar as suas economias, é fundamental contar com um bom controle do que você gasta. Para isso, é necessário adotar uma ferramenta em que seja possível registrar todos as suas despesas e os seus custos, tanto os relacionados à pós-graduação quanto os do dia a dia.
Sabendo exatamente quais os recursos financeiros que saem todo mês do seu bolso e para que eles são gastos, fica mais fácil identificar desperdícios, gastos desnecessários ou compras supérfluas, que podem ser cortados. Isso ajuda a empregar só o montante essencial de modo a gerar economias que poderão ser empregadas em seu mestrado ou doutorado.
Para tanto, você pode montar e utilizar uma planilha de controle ou usar um aplicativo financeiro, como o GuiaBolso, o Organizze ou o Contas Online.
No caso dos apps, é possível ter acesso a recursos extras que colaboram ainda mais para a correta administração do seu dinheiro. Dependendo do programa, você poderá contar com importação de extratos, controles de cartão de crédito e categorização de gastos. Se souber usá-los, as chances de potencializar as suas economias aumentam consideravelmente. Portanto, vale a pena buscar uma dessas ferramentas para ajudá-lo a pôr em ordem as suas finanças.
Além das bolsas concedidas pela CAPES e pelo CNPq, há também recursos financeiros fornecidos pelas instituições de ensino (IEs) que podem colaborar com os estudantes para que consigam economizar.
Por exemplo, quando precisar viajar para um evento, como um congresso, você pode tentar um subsídio junto à coordenação da pós-graduação do seu curso. Muitas organizações de ensino concedem auxílios para esse fim, especialmente para quem apresentará projetos, de modo a colaborar com a produção e a divulgação do conhecimento gerado.
Para tanto, vale a pena verificar na IE em que você faz ou pretende fazer um mestrado/doutorado se existe esse tipo de custeio econômico. Isso poderá ajudar você a economizar muito dinheiro ao longo do curso, especialmente se precisar viajar por motivos acadêmicos.
É importante pagar todas as suas contas em dia para evitar juros e multas por atrasos. Por mais que os encargos possam parecer pouco (em alguns casos), se você tiver o hábito de atrasar periodicamente as suas obrigações financeiras, o montante de taxas geradas ao final de um ano pode ser considerável, chegando a pesar no orçamento.
Por isso, tente sempre quitar as suas contas com antecedência para não pagar mais do que o necessário. Uma dica é estabelecer datas de pagamento próprias, anteriores às datas de vencimento reais das contas. Dessa maneira, você poderá se acostumar a quitar as suas obrigações nesses períodos, tornando isso um hábito financeiro e, dessa forma, passando a evitar atrasos.
Se você faz uso do cartão de crédito e do cheque especial, ou tem dívidas nessas modalidades, em vez de pagar juros altos decorrentes de atrasos ou renegociações, o melhor é pegar um empréstimo a juros mais baixos para quitar essas contas. Assim, você troca um crédito custoso por outro mais barato, ajudando a desafogar as suas economias.
É importante estabelecer metas financeiras para você buscar alcançar. Assim, ficará mais claro o que você quer e, desse modo, poderá procurar meios de conseguir isso. Por exemplo, você pode definir que economizará 5% do orçamento todo mês para um fundo de emergência ou para aplicar nas opções de investimentos apontadas acima.
Com o tempo, tal prática poderá se tornar um hábito, tornando mais fácil economizar dinheiro para o futuro e, até mesmo, para outros projetos pessoais e acadêmicos. Entre eles, intercâmbios e viagens a congressos caso não consiga os subsídios da coordenação do curso.
A partir disso, você deverá planejar se tentará aumentar a sua renda ou cortar custos para fazer sobrar esse valor no final do mês. Também poderá separá-lo logo de início, no momento em que receber o seu salário ou a sua bolsa, para depois conciliar as suas demais contas de acordo com os recursos existentes. Há muitas formas de conquistar esse tipo de meta, desde que você esteja engajado nesse propósito.
Todas essas 10 dicas sobre finanças ajudam a manter as finanças em dia, a pagar as mensalidades de mestrado ou de doutorado e a ter maior qualidade de vida. No entanto, é preciso disciplina e foco para conseguir aplicá-las em seu dia a dia de modo a ajustar as contas, conseguir economizar e cortar desperdícios. Logo, você poderá desfrutar de uma pós-graduação mais tranquila em termos econômicos, permitindo que você foque no que realmente importa: o curso em si.
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