No mês das mulheres, muito além das homenagens e congratulações, resolvemos trazer à luz um debate muito importante: a participação de mulheres no mercado financeiro. Com uma atuação ainda tímida e a notável desigualdade salarial entre gêneros, precisamos falar sobre o que motiva a baixa porcentagem de mulheres nesse contexto.
Além disso, ouvimos três grandes integrantes do Time Sofisa para falar um pouco sobre a sua experiência no mercado e percepções sobre os números compartilhados.
Confira tudo sobre a importância da mulher no mercado de trabalho do setor financeiro!
Segundo o CFA Institute - responsável pela emissão da certificação Chartered Financial Analyst, em português, Analista Financeiro Credenciado, a mais importante do mercado financeiro, apenas 11% das pessoas credenciadas no Brasil são mulheres. Mesmo sendo maioria da população (51,1%), as mulheres seguem sem sequer ser a metade do total de profissionais do mercado financeiro.
Mas, para as que já trabalham na área, números como esse podem ser intimidadores? Para a especialista em investimentos do Banco Sofisa Direto, Junea Ziviani, apesar de ter um peso, esse não é motivo para desistência. “Saber que não teremos o maior ou melhor apoio disponível por ser minoria é bem desafiador, mas o foco, a disciplina e inspirações que vemos no mercado nos fazem acreditar em um mundo mais igualitário.”, relata ela.
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De acordo com um estudo feito pelo Infosiga SP, apenas 6,3% dos acidentes foram causados por mulheres na direção nos 8 primeiros meses de 2020. O que isso tem a ver com o mercado financeiro? Tudo!
O clichê “mulher no volante, perigo constante” é apenas o reflexo da necessidade em diminuir a capacidade de mulheres em atividades que são erroneamente destinadas a homens, como a direção. No mercado financeiro, o mesmo (pre)conceito vem do mesmo pensamento machista que desqualifica o trabalho de milhares de mulheres na área.
Ainda sobre esse cenário de “rejeição”, quando perguntada sobre os maiores desafios da sua carreira no mercado financeiro, a especialista Junea Ziviani respondeu algo que é reflexo da sociedade em que vivemos. Segundo ela: “Na maioria das vezes, precisamos nos provar o dobro para atingir determinado resultado ou obter o espaço que queremos, o maior desafio até aqui foi não desistir e acreditar que momentos melhores vão chegar se você de fato trabalhar duro para isso. O maior desafio é a consistência”.
A declaração da especialista só reflete no cenário macro, onde foi notado o crescimento de apenas um ponto percentual de 2012 a 2021 no crescimento da participação de mulheres no mercado de investimentos.
Já para a Product Owner Marília Ramos, o ponto principal desse desafio está na maneira como as pessoas enxergam mulheres ativas e destinadas no mercado: “Lidar com inteligência emocional e equilíbrio em certas situações e ainda tentando ser fiel a si mesma é bastante desafiador quando temos consciência dos julgamentos sociais. Ou você é dura demais ou sensível demais e no meu ponto de vista o desafio está justamente nisso”.
Ainda sobre a disparidade quantitativa notada entre homens e mulheres no mercado financeiro, a Product Owner do Banco Sofisa Direto, Marília Ramos, ainda completa: “O mercado financeiro ainda é, infelizmente, um ambiente dominado por homens. Claro que já existem inúmeras mulheres competentes e extremamente inteligentes nessa área, que inclusive servem como grandes inspirações. Mas, às vezes, a sensação é de sermos menos ouvidas, menos reconhecidas e enfrentarmos alguns desafios um pouco maiores. Por isso, é bacana termos a consciência de que juntas somos mais fortes”.
Para diminuir esse abismo, assim como boa parte das mudanças sociais, a igualdade no mercado financeiro precisa de incentivos na educação para que isso aconteça. As mulheres podem e devem conquistar cada vez mais espaço já que, como vimos acima, o sexo biológico não define em nada a capacidade de inteligência, gestão financeira, direção ou tantos outros quesitos em que somos subestimadas.
Como exemplo dessa necessidade, a Gerente de Atendimento do Banco Sofisa Direto, Vania Amorim, relata como foi seu ingresso neste universo financeiro:
“A entrada no mundo dos investimentos foi motivada por uma somatória de esforços, experiências, muito estudo e desafios anteriores. Você pode ter o melhor produto, a melhor oferta, a melhor tecnologia, mas para construir tudo isso, você precisa ter as melhores pessoas”.
Você é mulher e está com receio de investir nesse mercado? Esperamos que com o depoimento dessas três profissionais incríveis sua percepção mude! Que sejamos todos a mudança que queremos na sociedade, seja no setor financeiro ou na sociedade como um todo!
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