Qual é a melhor forma de introduzir a educação financeira na vida das crianças? Com mesada ou sem? Qual o valor adequado? Com quantos anos devo introduzir o assunto? Quais informações são importantes para começar a introduzir o tema?
Ufa! Quanta coisa para pensar, não é? Falar sobre educação financeira com as crianças é sempre um desafio, afinal, cada criança possui uma realidade de vida diferente da outra e falar sobre dinheiro com elas desde a infância tem se tornado cada vez mais necessário.
A educação financeira infantil ajuda a desenvolver hábitos que vão além dos assuntos financeiros, é uma oportunidade de ensinar valores que podem acompanhá-los para o resto da vida, tais como organização, paciência, disciplina e outros.
Se você concorda com a gente sobre a importância em começar essa educação desde cedo, continue lendo esse post que vamos te ajudar nessa empreitada!
Não é segredo para ninguém que vivemos em um mundo onde o dinheiro é importante, não temos como negar.
É importante que, desde cedo, nossas crianças entendam que "dinheiro não nasce em árvore", que para usar o cartão de crédito não é simplesmente passar o cartão como se não tivéssemos que arcar com a despesa.
Atualmente, três a cada quatro brasileiros estão endividados ou com o nome sujo e, embora o cenário pandêmico dos últimos dois anos tenha favorecido estes dados, uma boa parte deste número não é decorrente apenas da pandemia, mas também de uma falta de organização recorrente.
Durante a infância, a criança aprende conceitos que irá levar por toda a vida, e é com base na vivência com o núcleo familiar que esses conceitos são desenvolvidos e colocados em prática.
As habilidades e competências relacionadas à organização, por exemplo, são essenciais em qualquer fase da vida e isso pode ser desenvolvido desde a primeira infância. É quase unânime entre os especialistas em finanças: quanto antes tivermos contato com o universo das finanças, mais natural será lidar com esse assunto no futuro.
O ponto é tratar desse tema de uma forma leve, normal e que realmente faz parte do dia a dia. Deixar de trazer este assunto à tona cria uma barreira imaginária de que esse é um assunto complicado, entende?
É claro que, antes de qualquer coisa, você precisa se sentir confortável em falar deste assunto, para que o desconforto não seja passado à criança, então a dica é: entenda qual é a sua realidade com o dinheiro, qual é a realidade da sua casa e da sua vida financeira. Certo?
Esse tema é introduzido na rotina das suas crianças antes mesmo de você ter consciência. Quer ver?
Então, tudo isso é uma forma de introduzir o valor do dinheiro na cabecinha delas! Isso porque, uma das principais formas de aprendizado é a observação, principalmente antes da criança falar. Já observou que os filhos geralmente são os papais e mamães em miniatura? Copiam gestos, atitudes, palavras, jargões e etc.
A chave aqui é: preste atenção no exemplo que você está dando (desde sempre).
Entenda que você é a referência número um para suas crianças e aquilo que você fizer, até que ela tenha capacidade para julgar por si própria o que acha certo ou errado, ela vai crer que o que você está fazendo é sempre certo.
Pense o seguinte: se toda vez que você vai ao shopping, você compra alguma coisa, na cabecinha da criança, sempre que você fizer esse passeio, é para comprar algo.
Se toda vez que ela pedir um brinquedo, você comprar, para ela, é fácil ter o que ela quer, e assim por diante.
Parece uma coisa óbvia, mas não é. Muitas vezes esquecemos que estamos sendo observados o tempo todo, não é verdade?
Muitos pais optam por começar de forma mais direta usando a mesada, que é uma excelente opção, mas, antes disso, é importante explicar de forma lúdica alguns conceitos que devem ser reforçados frequentemente, tais como:
Quantas vezes seus filhos já te falaram: "então passa o cartão"
Pois é, explicar o que é dinheiro talvez seja uma das tarefa mais fáceis e, ao mesmo tempo, mais difíceis! É preciso explicar o que é e qual é o valor dele. Não é simplesmente tirar um valor da conta, nós trabalhamos para ter aquele dinheiro e isso é um conceito muito importante.
É necessário explicar que tudo tem um valor e que R$ 1,00 é diferente de R$ 1.000. Afinal, as crianças ainda não têm maturidade e discernimento para entender, sozinhas, o motivo pelo qual os preços das coisas são tão diferentes.
Uma forma bacana de fazer isso é ir em um supermercado com uma nota em mãos, R$ 20,00 por exemplo, e explicar para a criança quais coisas essa nota pode comprar. Isso vai ajudá-la a entender que produtos diferentes têm valores diferentes e que nem sempre o que temos em mãos pode pagar tudo o que queremos.
Esse exercício pode ser feito até que você entenda que a criança já adquiriu a maturidade nesse quesito, você pode fazer isso em dias diferentes e com valores diferentes.
Veja também:
Outro ponto importante é explicar de onde vem o dinheiro que é gasto e que ele é limitado. Uma forma de fazer isso é explicar sobre o trabalho. Caso pai e mãe trabalhem fora, é possível exemplificar na prática, falar que esse tempo que passam fora é a forma que possuem de ganhar o dinheiro utilizado para a casa.
Tendo em mente que o dinheiro é proveniente do trabalho e que esse dinheiro é limitado, um outro exercício que você pode fazer, é ensinar que escolhas são necessárias.
Sabe o exercício que falamos ali em cima? Aqui, você pode fazer a mesma coisa, mas com um viés diferente. Aqui, você pode dar uma nota de R$ 5,00 e explicar que naquele momento, a criança terá que escolher entre comprar um sorvete e um chocolate, por exemplo.
Esses pequenos exercícios vão ajudar os pequenos a ter mais consciência sobre a realidade do dinheiro nas nossas vidas!
Uma das formas mais comuns de ensinar sobre dinheiro para as crianças é introduzindo a mesada. Essa é uma excelente forma de ensinar sobre planejamento financeiro e organização para as crianças, então se você puder adotar essa prática, ela é super válida!
Caso você ainda não tenha tido contato com essa prática, a mesada nada mais é do que uma pequena quantia disponibilizada mensalmente para que a criança possa usar conforme julgar necessário.
Dentro desse universo, existe a mesada, semanada e a quinzenada!
Bom, a primeira coisa é definir o valor que você quer disponibilizar considerando o padrão de vida da família.
A dica aqui é: começar com valores baixos e, preferencialmente, usar moedas e notas físicas para que a criança tenha a experiência de ver com os próprios olhos aquilo que está disponível para ela.
Feito isso, é hora de definir a frequência com que você vai disponibilizar o valor. E isso vai depender da dinâmica que você deseja instituir na sua casa e também da idade das suas crianças.
Por quê? Se os seus filhos ainda são muito novinhos, talvez seja mais interessante ofertar valores semanais para reforçar os conceitos semanalmente e, conforme eles forem crescendo, aumentando o tempo entre as datas de recebimento do dinheiro.
A coisa mais importante aqui é que você estipule um dia certo (todos os domingos, dois domingos por mês ou todo primeiro domingo por mês, por exemplo), isso vai criar a expectativa, e vai funcionar mais ou menos como o salário para os adultos.
E agora é hora de soltar a criatividade! Eita, mas como?
Bom, o seu banco de investimentos oferta diversas opções de investimento e produtos, certo? E por que não fazer isso com as crianças também?
A cada momento, existe uma nova oportunidade de reforçar os conceitos com as crianças, é só você usar a sua criatividade e lembrar que elas são extremamente inteligentes e capazes de aprender tudo aquilo que você se disponibiliza a ensinar!
Esperamos que este post tenha te ajudado a entender melhor sobre a importância de introduzir este assunto na vida das crianças e dado algumas ideias e insights que possam te ajudar a começar!
Inclusive, para você já está na fase de comprar materiais escolares, recentemente colocamos em um post algumas dicas bem bacanas para te ajudar nessa fase! Planejamento escolar: 4 dicas de como controlar os gastos.
Até a próxima!