No início da vida adulta, é comum convivermos com alguma instabilidade financeira. Ainda estamos estabelecendo nossa carreira ou, se já tivermos um emprego mais seguro, podemos sentir que é o momento de aproveitar alguns luxos ou viver com menos preocupações.
Porém, quando família e filhos entram na equação, a coisa muda de figura. É preciso ter muito mais consciência de cada gasto e investimento; afinal, você não será responsável apenas pelo seu próprio bem-estar financeiro!
Se você já está pensando no futuro dos seus filhos e quer garantir o melhor para eles, veio ao lugar certo. Acompanhe a leitura e entenda como um bom planejamento financeiro pode ajudar!
De nada adianta juntar dinheiro apenas por juntar. Assim é muito mais difícil se manter motivado e disciplinado para separar certo valor todo mês em vez de gastá-lo, e sem objetivos claros você não vai saber quanto deve guardar, ou se está no caminho certo.
A definição de objetivos, então, é o primeiro passo para elaborar o seu planejamento financeiro. São eles que vão guiar todas as outras decisões que você deverá tomar e, por isso, não podem ser escolhidos a esmo.
“Dar um bom futuro aos meus filhos” é um ótimo desejo, mas não é um objetivo claro. O que exatamente é um “bom futuro”? Como saber quando ele for alcançado? Seus objetivos financeiros devem ser específicos e mensuráveis. Por isso, pense nas etapas de vida pelas quais seus filhos vão passar e o que quer propiciar a eles.
Pagar as mensalidades de uma universidade particular de qualidade ou de atividades extracurriculares na escola, financiar um intercâmbio ou dar entrada em um apartamento, por exemplo, são boas metas. Em cada um dos casos, você pode fazer um cálculo aproximado do valor total (lembrando-se de considerar as flutuações da economia) e do tempo que tem disponível, para descobrir quanto precisará guardar por mês ou ano.
Suponhamos que você tenha um filho pequeno, ou planeje tê-lo nos próximos anos. Nesse caso, você terá cerca de 20 anos para se preparar até que ele esteja na idade de prestar vestibular e ingressar na universidade. Agora pense em tudo o que mudou nas últimas 2 décadas da sua vida.
Parece difícil fazer um planejamento que resista a tantas mudanças — e é. Não apenas o cenário econômico e social do país vai se transformar bastante, como a sua realidade e as suas prioridades também podem mudar. Por isso, o ideal é dividir a finalidade maior entre objetivos de curto (1 ano), médio (até 10 anos) e longo prazo (acima de 10 anos).
Assim, você pode se organizar melhor e montar, por exemplo, um esquema de economia progressiva, em que vai aumentando aos poucos a quantidade a ser guardada por mês à medida que os objetivos de prazos mais curtos forem atingidos.
Além disso, também é importante rever as suas metas de tempos em tempos, como a cada 5 anos. Afinal, podem acontecer alterações nas suas prioridades ou necessidades. Por exemplo, talvez o seu filho seja aprovado em uma universidade pública ou precise fazer alguns anos de cursinho. Esses imprevistos vão exigir mudanças no seu planejamento.
Aplicar o dinheiro economizado é uma boa dica para qualquer pessoa que se preocupa com educação financeira. Porém, quando o assunto é garantir o futuro dos filhos, isso se torna ainda mais importante. Afinal, com os investimentos certos, você pode proteger o poder de compra das suas economias, algo primordial para um planejamento que vai durar 2 ou 3 décadas.
Quando se fala em investimento seguro, a “queridinha” dos brasileiros é a caderneta de Poupança. Porém, ela já deixou de ser a melhor opção, mesmo com a isenção de taxas e do Imposto de Renda.
Uma ideia melhor para um planejamento de longo prazo é o Certificado de Depósito Bancário, ou CDB, que funciona como um “empréstimo” realizado ao banco por uma rentabilidade determinada. Além disso, esse tipo de investimento é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por instituição. Isso significa que você está protegido se acontecer algum imprevisto com o estabelecimento em que fez o investimento.
Fazer um bom planejamento financeiro é fundamental, mas colocá-lo em prática é igualmente importante. E, para isso, a melhor ferramenta ao seu dispor é um bom orçamento.
Calcule todas as suas despesas, tanto as fixas (aluguel, contas de celular e televisão, luz e gás etc.) quanto as variáveis (alimentação e gastos com lazer, por exemplo), e não deixe de incluir aqueles gastos pequenos que acabam passando despercebidos, como o cafezinho depois do almoço. Depois veja se o seu estilo de vida atual está condizente com o que você ganha e com os seus planos para o futuro.
Estipule um valor máximo que você pode gastar com cada tipo de despesa por mês, veja onde é possível fazer cortes sem abrir mão por completo de algum lazer e conforto, e nunca use suas economias para “complementar” um luxo ou outro.
Vale lembrar também que, assim como o seu planejamento deve ser revisto periodicamente, o seu orçamento também precisa passar por modificações à medida que a sua realidade se transformar, seja por uma promoção no salário ou pelo surgimento de alguma nova necessidade.
Por fim, uma das dicas mais importantes: o seu planejamento financeiro e o futuro que quer para os seus filhos fazem parte de um projeto de vida, que você muito provavelmente vai compartilhar com sua esposa ou seu marido. Por isso, o diálogo entre o casal é fundamental.
Vocês devem estar na mesma página quanto aos sonhos e aos objetivos elencados lá no começo do planejamento. As suas prioridades também precisam estar alinhadas, principalmente quando for necessário fazer alguns cortes no orçamento ou reavaliar o plano inicial. Sem esse acordo mútuo, será muito mais difícil — e desgastante — realizar tudo o que foi projetado.
Quando seus filhos estiverem mais velhos, você também pode incluí-los nessa conversa. Afinal, se são eles o foco, é importante saber quais são os sonhos e aspirações deles!
Com organização e dedicação, é possível garantir o futuro dos seus filhos e da sua família e, o que é o melhor, sem precisar sacrificar o presente. Ainda tem alguma dica de como fazer um bom planejamento financeiro? É só deixar o seu comentário!