Radar Direto Nov/25: Brasil em Alta e Riscos Globais
por: Sofisa Direto
Educação financeira
Publicado em: dez 5, 2025
Atualizado em: dez 5, 2025
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Cenário Brasil
Principais destaques do mês
- Política Monetária
Como amplamente esperado, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 15% a.a.. O comunicado técnico, aliado às declarações do presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, reforçou a credibilidade da instituição no combate à inflação, especialmente no segmento de serviços. - Resultados Corporativos
A temporada de balanços trouxe resultados, em média, acima das expectativas, evidenciando a resiliência das empresas brasileiras mesmo em um cenário de juros elevados. - Relações Comerciais
A retirada das tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros – incluindo café, carnes e outros itens agrícolas – contribuiu para reduzir tensões diplomáticas com os Estados Unidos. - Indicadores Econômicos e Fiscal
Dados de atividade e inflação sinalizaram arrefecimento, levando parte do mercado a considerar a possibilidade de início do ciclo de cortes de juros já em janeiro de 2026. No campo fiscal, o Senado aprovou:- Isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil a partir de 2026 compensadas com uma tributação de 10% sobre lucros e dividendos acima de R$ 600 mil/ano;
- Proposta de aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e combate a endemias, com custo estimado anual próximo a R$ 20 bilhões, reacendendo preocupações sobre o arcabouço fiscal.
- COP-30 no Brasil
A conferência terminou com resultados sentimento misto de avanço e dificuldades de consenso, refletindo o atual cenário de divisões geopolíticas.
Em paralelo, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, resultando no maior resgate da história do Fundo Garantidor de Crédito (R$ 41 bilhões). Apesar da magnitude, o FGC informou que os recursos já estavam provisionados, e o evento não surpreendeu o mercado.
Na contramão da maior aversão ao risco global observada durante todo o mês de novembro, o Brasil se beneficiou do movimento de rotação internacional de capitais, impulsionando o Ibovespa a um novo recorde nominal histórico e reduzindo levemente as expectativas de juros futuros.
Cenário Exterior e Geopolítico
Estados Unidos
Após 43 dias de paralisação parcial do governo norte-americano (shutdown), democratas e republicanos chegaram a um acordo para garantir o financiamento até o fim de janeiro. Com isso, indicadores relevantes voltaram a ser divulgados, incluindo o payroll, que surpreendeu positivamente, reduzindo as apostas em cortes de juros. Essa reação, no entanto, foi atenuada pelas divergências entre membros do Federal Reserve, registradas na ata e em discursos públicos, mantendo elevada a incerteza sobre a política monetária na reunião de dezembro.
Além disso, executivos de grandes empresas norte-americanas alertaram para vulnerabilidades nos preços dos ativos, sugerindo uma possível correção a partir de 2026. Nem mesmo os sólidos resultados corporativos – incluindo os da Nvidia, atualmente a maior empresa em valor de mercado – foram suficientes para dissipar os temores de uma bolha no setor de tecnologia.
Europa
A Zona do Euro iniciou o quarto trimestre com vigor: o PMI Composto subiu para 52,5, maior nível em 29 meses. Enquanto no Reino Unido, a inflação caiu pela primeira vez desde maio, reforçando expectativas de corte de juros pelo Banco da Inglaterra.
Ásia
Na China, indicadores seguem apontando desaceleração, evidenciando a necessidade de maturação do novo modelo econômico voltado ao consumo interno. No Japão, o governo aprovou novos estímulos fiscais, alinhando-se ao comunicado da ata do (BoJ) Banco do Japão de que o momento para elevar juros se aproxima.
Geopolítica
- EUA x Venezuela
O grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald Ford chegou à América Latina em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas. Em paralelo, o governo norte-americano classificou o Cartel de los Soles como organização terrorista e determinou o fechamento do espaço aéreo venezuelano, ampliando as justificativas para uma eventual ação militar. - Rússia x Ucrânia
Avanços em negociações de paz foram reportados, com possibilidade de cessão territorial ao Kremlin. O presidente Zelensky reconheceu progressos, mas ressaltou que pontos sensíveis serão tratados diretamente com Donald Trump. - China x Japão
Declarações da primeira-ministra japonesa sobre possível resposta militar a um ataque chinês contra Taiwan elevaram tensões entre os países. Pequim reagiu com firmeza, e Tóquio anunciou mobilização de mísseis em ilha próxima à região, aprofundando a crise diplomática.
Por ora, o mercado segue cético quanto à escalada desses conflitos, e os impactos nos preços permanecem limitados. Contudo, eventual agravamento tende a gerar aversão ao risco, com reflexos imediatos em commodities como petróleo e, dependendo da magnitude, em cadeias globais de suprimentos.
3º Quadrante
Tabela: Simulação comparativa de rentabilidade para os perfis conservador, moderado, arrojado e agressivo em novembro de 2025 e no acumulado até novembro de 2025.
Renda Fixa (Baixa Volatilidade)
Os fundos Mapfre Confianza e Arx Denali, que compõem o bloco mais defensivo e líquido das carteiras, apresentaram estabilidade ao longo do mês, com rentabilidades de 103% e 93% do CDI, respectivamente. Ambos seguem uma estratégia de alocação dinâmica, atuando de forma ativa nos mercados primário e secundário. Em destaque, o desempenho do Arx Denali foi o principal detrator de performance no perfil conservador, compensado pelos ganhos obtidos nos CDB Pré e IPCA.
Além disso, nossa estratégia isenta de I.R., por meio do fundo SPX Seahawk Debêntures Incentivadas, registrou retorno líquido equivalente a 77% do CDI (ou 91% do CDI bruto), refletindo o atual momento de ajustes nos spreads de crédito no Brasil.
Renda Fixa com Volatilidade de Mercado
Após os episódios de estresse envolvendo empresas como Ambipar e Braskem em outubro, o mercado de crédito privado brasileiro apresentou sinais de consolidação. Nesse cenário, nossa estratégia de renda fixa com volatilidade de mercado, representada pelo fundo Arx Elbrus, registrou retorno de 1,13% no mês, equivalente a 107% do CDI, impulsionado principalmente pela queda nos vértices da curva de juros.
Multimercado
O fundo Kapitalo K10 enfrentou momentos de volatilidade ao longo do mês, impactado negativamente por posições compradas em bolsas norte-americana e chinesa, além da exposição vendida em bolsa brasileira e petróleo. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela posição aplicada em juros domésticos. Como resultado, o fundo apresentou performance positiva de 0,69%, porém abaixo do CDI (66% CDI), sendo o principal detrator de performance nos perfis moderado, arrojado e agressivo.
Renda Variável
A estratégia de renda variável, representada pelo fundo AZ Quest Top Long Biased, foi o grande destaque em novembro. Com o Ibovespa renovando suas máximas nominais históricas e atingindo 159 mil pontos no final do mês, acumulou rentabilidade de 6,37%. A gestão mais uma vez demonstrou capacidade de geração de alfa, entregando 9,79%, equivalente a mais de 150% do principal índice do mercado acionário local.
Atualização de Carteira – Novembro
Neste mês, optamos por manter as carteiras inalteradas em todos os perfis. Acreditamos que os portfólios permanecem bem estruturados e equilibrados para atravessar o atual ciclo de elevada volatilidade e incertezas, tanto no cenário doméstico quanto internacional.
Gráfico: Distribuição da carteira recomendada entre os perfis conservador, moderado, arrojado e agressivo, destacando a participação de cada fundo em novembro de 2025.
Visão Sofisa Direto
Diante do contexto global e local, seguimos atentos à interação entre política fiscal e monetária, bem como aos ajustes em curso no mercado de crédito privado brasileiro. Apesar dos desafios internos, mantemos uma visão construtiva sobre o Brasil, que segue bem posicionado para capturar oportunidades.
Nos Estados Unidos, entendemos que diversos riscos permanecem subestimados, mesmo após as correções registradas em novembro. A combinação entre a desaceleração da atividade econômica, a inflação ainda persistente e o patamar elevado dos preços preocupam. Além disso, uma possível nova redução de juros em dezembro pode reacender pressões inflacionárias no médio prazo, exigindo eventualmente um “pivot” do Fed e, consequentemente, comprometendo sua credibilidade como autoridade monetária.
Na Europa, os desafios permanecem: economias centrais, como a Alemanha, retomam o crescimento de forma modesta, enquanto o Reino Unido enfrenta baixo dinamismo, custos elevados da dívida e juros mais altos, o que torna inevitável uma nova rodada de aperto fiscal. Na Ásia, o processo de reorganização geopolítica continua em curso, com a China mantendo a expectativa de crescimento moderado em 2026, aprofundamento no desenvolvimento de inteligência artificial e reformas do lado da oferta, sustentando o consumo. Paralelamente, a Índia segue em destaque, com crescimento robusto do PIB, inflação sob controle e impulso nos lucros, favorecido pela flexibilização monetária e pela recuperação da demanda interna.
Nesse cenário, identificamos oportunidades decorrentes do processo de desglobalização e da rotação de ativos para outras regiões. Assim, além da carteira recomendada por perfil, disponível em nosso app, mantemos para os clientes com investimentos em nossa corretora a preferência por teses temáticas ligadas à defesa, metais preciosos, tecnologia e transição energética, complementadas por alocações estratégicas voltadas para economias emergentes como Brasil, Índia e China.

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