Radar Direto Out/25: Fundos em Alta e Mudanças na Carteira
por: Sofisa Direto
Educação financeira
Publicado em: nov 7, 2025
Atualizado em: nov 7, 2025
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Resumo Brasil
O ambiente doméstico apresentou oscilações ao longo do mês, refletindo uma combinação de avanços e desafios no campo fiscal e econômico. No início de outubro, a política fiscal ganhou destaque com a aprovação, na Câmara dos Deputados, da proposta de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, além de descontos para quem recebe até R$ 7.350. O texto segue agora para apreciação no Senado. Paralelamente, a queda da Medida Provisória 1303 — que tratava, entre outros pontos, da tributação de investimentos isentos — levou o governo a encaminhar dois novos projetos ao Congresso, voltados ao controle de gastos e à taxação de apostas online e fintechs, com o objetivo de compensar a arrecadação necessária para sustentar o arcabouço.
No campo dos indicadores, a dívida pública, segundo o conceito adotado pelo FMI, manteve trajetória de alta e alcançou 91,4% do PIB, nível bem acima da média dos países emergentes, que gira em torno de 72,7%. Esse dado reforça nossa atenção à sustentabilidade fiscal no médio e longo prazo.
Por outro lado, a segunda quinzena do mês trouxe sinais positivos para o mercado, impulsionados por três fatores principais:
- IPCA-15 abaixo do esperado, reacendendo a expectativa de novos cortes na taxa de juros já a partir de janeiro de 2026 por alguns agentes econômicos (ainda que este não seja o nosso cenário);
- Avanços nas relações internacionais, após encontro entre os presidentes Lula e Trump, com perspectivas de revisão das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas em julho;
- Sinais de reaproximação comercial entre China e Estados Unidos, contribuindo para um ambiente global mais favorável.
Resumo Exterior
O mês foi marcado por acontecimentos relevantes que influenciaram o comportamento dos mercados globais. Nos Estados Unidos, o Fed confirmou uma nova redução na taxa de juros, cortando 0,25 ponto percentual e posicionando o intervalo entre 3,75% e 4,00%. A decisão ocorreu em um contexto atípico, sem acesso a dados oficiais do mercado de trabalho devido ao prolongado shutdown do governo americano — o segundo maior da história. Ainda assim, indicadores como a inflação ao consumidor abaixo do esperado (mas ainda acima da meta), a desaceleração apontada pelo relatório ADP de empregos privados e o crescimento praticamente nulo descrito no Livro Bege reforçaram a necessidade de flexibilização monetária.
Ao longo do mês, as tensões entre os governos de Donald Trump e Xi Jinping trouxeram volatilidade aos mercados, especialmente após a China anunciar restrições à exportação de terras raras, seguidas por ameaças de retaliação por parte dos Estados Unidos. Apesar do clima inicial de incerteza, o encontro entre os líderes no final de outubro resultou em acordos comerciais imediatos, o que contribuiu para restaurar o apetite por risco dos investidores. Como reflexo, os principais índices acionários globais foram impulsionados, alcançando novos recordes de valorização.
Na Europa, a França teve seu rating rebaixado por três agências, refletindo uma crise política e fiscal crescente. Já no Oriente Médio, o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas trouxe um alívio momentâneo ao cenário geopolítico, contribuindo para a redução das tensões na região. Esse movimento também refletiu diretamente nos preços do petróleo, que recuaram diante da menor percepção de risco.
Tabela: Simulação de rentabilidade por perfil de investidor
Renda Fixa (Baixa Volatilidade)
Os fundos Mapfre Confianza e Arx Denali, que compõem o bloco mais defensivo das carteiras, mantiveram estabilidade ao longo do mês. Ambos adotam uma estratégia de alocação dinâmica, com atuação ativa nos mercados primário e secundário. A gestão tem priorizado manter a duration dos ativos de crédito em níveis baixos, contribuindo para maior previsibilidade e controle de risco.
Renda Fixa com Volatilidade de Mercado
O mercado de crédito privado enfrentou episódios de estresse envolvendo empresas como Ambipar e Braskem, o que afetou os títulos brasileiros negociados no exterior. Esses eventos têm se tornado mais frequentes, gerando ajustes nos prêmios de risco e impactando o desempenho dos fundos da classe. Nesse contexto, o fundo Arx Elbrus, recomendado em nossas carteiras, foi o principal detrator de performance no mês, com retorno de -0,63%.
Multimercado
O fundo Vinci Atlas iniciou o mês com oscilações, mas foi beneficiado por sua exposição à Argentina (ainda que pequena), após a vitória expressiva do partido governista nas eleições legislativas. Esse movimento contribuiu para uma recuperação na segunda metade do mês, encerrando outubro com performance próxima de 96% do CDI.
Renda Variável
A estratégia de renda variável, representada pelo fundo AZ Quest Top Long Biased, chegou a registrar queda de quase 5% até meados de outubro. No entanto, a segunda quinzena foi marcada por forte recuperação, impulsionada pelas expectativas de acordo comercial com os EUA e um cenário externo mais favorável. O Ibovespa acompanhou esse movimento e renovou suas máximas históricas, atingindo 149,540 pontos.
Atualização de Carteira – Novembro
Neste mês, realizamos alterações nas carteiras dos perfis moderado, arrojado e agressivo, com o objetivo de otimizar o portfólio e melhorar o retorno líquido dos investimentos. As mudanças foram:
- Entrada do fundo Kapitalo K10 na estratégia multimercado, substituindo o Vinci Atlas.
- Inclusão do fundo SPX Seahawk Debêntures Incentivadas 45 na renda fixa
Essas trocas têm como foco adicionar um componente de isenção fiscal e alinhamento de visão estratégia com o Sofisa, contribuindo para um desempenho mais eficiente das carteiras. É importante destacar que essa movimentação foi feita com base em oportunidades de mercado e não altera nossa recomendação de permanência no Vinci Atlas para os clientes que já são cotistas.
Conheça os novos fundos:
SPX Seahawk Debêntures Incentivadas 45
Fundo de renda fixa pós-fixado, isento de Imposto de Renda, que busca superar o CDI no longo prazo. Investe em crédito privado, com foco em empresas do setor de infraestrutura, aproveitando incentivos fiscais e oportunidades com bom equilíbrio entre risco e retorno. A gestão é ativa, com análise detalhada dos ativos, controle rigoroso de liquidez e foco na preservação de capital.
Kapitalo K10
Fundo multimercado macro com atuação global, que busca retornos consistentes acima do CDI. Com uma volatilidade alvo entre 6% e 8% ao ano, a estratégia combina diversificação multiclasses, visão macroeconômica e alocação estratégica, alinhada com o time de gestão do Sofisa Direto.
Gráfico: Composição de carteiras por perfil de investimento
Visão Sofisa Direto
Diante do atual contexto internacional e doméstico, seguimos atentos à dinâmica entre política fiscal e monetária, bem como aos ajustes em curso no mercado de crédito privado brasileiro. Apesar dos desafios internos, mantemos uma visão construtiva sobre o Brasil, que segue bem posicionado para capturar oportunidades no cenário global.
Ao mesmo tempo, avaliamos que diversos riscos associados à economia norte-americana continuam sendo subestimados. A combinação entre a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, a inflação ainda resistente, o avanço do endividamento público e privado e o elevado grau de incertezas geopolíticas reforça nossa postura cautelosa em relação à maior economia do mundo.
Nesse cenário, identificamos oportunidades no atual processo de desglobalização e na rotação de ativos para outras regiões. Assim, mantemos nossa preferência por teses temáticas ligadas à defesa, metais preciosos, tecnologia e transição energética, além de uma alocação estratégica voltada para economias fora dos EUA, com destaque para países emergentes como China e Brasil.

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