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Vamos lá!

Confira o resultado do cenário econômico nacional e internacional de 19 a 25 de maio, além da expectativa para a semana atual, por Roberto "Bob" Carline, estrategista-chefe do Banco Sofisa.

SEMANA DE 26/05/2025

Ambiente Local

No Brasil, tivemos a divulgação do IBC-Br, que apontou alta de 0,80% na atividade econômica, número significativamente superior às projeções do mercado. O resultado reforça a percepção de dinamismo da economia brasileira, mesmo em um ambiente de juros elevados. Nesse contexto, o discurso do presidente do BC, Gabriel Galípolo, defendendo a manutenção da taxa Selic em patamar restrito por mais tempo, trouxe luz às preocupações dos agentes econômicos em relação ao combate à inflação.

Em Brasília, foi divulgado o relatório bimestral de receitas e despesas, no qual os ministros da Fazenda e do Planejamento anunciaram três medidas relevantes: (I) unificação de alíquota do IOF para 3,5%; (II) bloqueio de R$ 31,4 bilhões no Orçamento de 2025; (III) 5% de I.R. sobre aportes mensais em previdência privada VGBL acima de R$ 50 mil. A decisão decorre do aumento das despesas obrigatórias, com destaque para os gastos da Previdência Social. Após  repercussões negativas, houve um recuo parcial na implementação das medidas. Contudo, os receios em torno do quadro fiscal impactaram negativamente o desempenho dos ativos.

A percepção de risco medida pelo CDS5Y Brazil  estável em 167 pts. O Ibovespa em queda, atinge 137.824 pts. Dólar estável, encerrando a semana aos R$ 5,64. Os prêmios para LTN 2028 e NTN-B 2040 em leve queda, atingindo respectivamente 13,54% a.a e IPCA+7,03% a.a. Temos até o dia 21 de maio:
Gráfico de linha mostra a evolução da rentabilidade acumulada entre perfis de investimento, CDI, IHFA e 105% CDI até 21 de maio de 2025; 105% CDI lidera com o melhor desempenho.

Legenda: Rentabilidade Acumulada por Perfil de Investimento até Maio/2025.

Ambiente Internacional

Mais uma vez, os EUA assumiram o protagonismo da semana, impulsionados por dois fatores principais: (I) a redução da nota de crédito soberano pela agência Moody’s, que elevou a percepção de risco do país; e (II) a proposta de plano tributário de Trump, que prevê cortes de impostos — e pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à dívida federal em dez anos. Esses eventos resultaram em forte estresse no mercado de Treasuries, especialmente nos vértices mais longos, reacendendo os temores sobre a sustentabilidade fiscal dos EUA.

Na Europa, os PMIs preliminares de países da Zona do Euro ficaram abaixo das expectativas, sinalizando perda de tração na recuperação econômica, enquanto o PIB da Alemanha surpreendeu positivamente.

Na Ásia, o destaque foi o Japão, onde os rendimentos dos títulos de longo prazo atingiram máximas históricas, impulsionados por expectativas de pacotes fiscais e baixa demanda por papéis soberanos. Membros do BoJ sinalizaram que não devem intervir, alegando que ainda é necessário entender melhor os impactos das tarifas americanas sobre a economia. Essa postura elevou as preocupações com o risco de desmonte de operações de carry trade, um fenômeno que já causou alta volatilidade em agosto do ano passado. Na China, o Banco Central promoveu um novo estímulo monetário ao reduzir as taxas de juros para o menor patamar da história, agora em 3%, buscando apoiar a atividade econômica diante da fraqueza na demanda doméstica.

O Índice S&P 500 recua (-1,70%) aos 5.802pts, o VIX (Índice do medo) se eleva  
(+29,36%) para 22,29 pts. Já o Euro Stoxx 50 
(-1,53%) e FTSE 100 (+0,38%). Índice DXY, com retração de (-1,98%) para 99,11 pts. Petróleo (WTI) em queda (-0,47%) aos US$ 61.52/barril.

O QUE OBSERVAR NA PRÓXIMA SEMANA?

Ambiente local

No final do mês, a agenda econômica estará repleta de divulgações relevantes. Entre os principais destaques estão os dados de inflação medidos pelo IGP-M e IPCA-15. No campo fiscal, serão divulgados os números da dívida/PIB e o resultado orçamentário. A agenda será concluída com os dados do mercado de trabalho, via Caged e o PIB do Brasil.

Como tem sido reiterado pelo próprio Banco Central, as próximas decisões da autoridade monetária serão fortemente pautadas pelos dados. Nesse sentido, os agentes econômicos permanecem atentos, principalmente, à evolução dos indicadores de inflação e atividade, além da necessária harmonia entre as políticas monetária e fiscal. Entendemos que o contexto macroeconômico global tem favorecido o Brasil de forma relativa — especialmente no que se refere à valorização do real frente ao dólar e à queda dos preços do petróleo no mercado internacional, fatores que ajudam a aliviar as pressões sobre a inflação. Apesar disso, as expectativas ainda seguem desancoradas no horizonte relevante. Nesse contexto, a decisão de juros, marcada para 18 de junho, segue apontando para uma manutenção no atual patamar de 14,75% a.a.

Independentemente do desfecho da taxa Selic no curto prazo, mantemos especial atenção ao risco de crédito. Segundo levantamentos recentes, a parcela de brasileiros endividados alcançou 46,6% da população adulta. Com o atual nível de juros e sem perspectiva de queda no curto prazo, a inadimplência pode ganhar tração e impactar significativamente a economia real. Nesse cenário, reforçamos a importância de maior diligência na seleção dos ativos — tanto na renda fixa quanto na renda variável.

Ambiente Internacional

No exterior, à medida que nos aproximamos do final do primeiro semestre de 2025, o sentimento de cautela entre os agentes econômicos permanece elevado, apesar da melhora no curto prazo. Para este final de maio, as atenções se voltam novamente para os Estados Unidos, com os holofotes sobre o índice de confiança do consumidor, a prévia do PIB e núcleo do PCE, um dos principais indicadores de inflação acompanhados pelo Fed. A leitura desses dados será determinante para sinalizar os rumos da política monetária americana e calibrar as expectativas de crescimento global. 

Na Zona do Euro, o foco estará nos dados do PIB da França, assim como nas projeções de inflação ao consumidor e desemprego da Alemanha. Já no Reino Unido, a semana será encurtada devido ao feriado bancário nesta segunda-feira (26). Ambas as regiões seguem em movimento de reaproximação, após concluírem um acordo de cooperação em segurança e defesa, considerado estratégico em um contexto de crescente tensão com a Rússia e incertezas quanto à política externa dos EUA. O pacto permite que empresas britânicas tenham acesso a contratos de defesa financiados por um instrumento europeu com orçamento de 150 bilhões de euros, destacando o fortalecimento de alianças comerciais e diplomáticas em meio à reconfiguração geopolítica global que temos monitorado nos últimos meses.

Na Ásia, o destaque será a divulgação dos dados de atividade econômica na China, medidos pelos PMIs (índices de gerentes de compras). No Japão, os agentes econômicos acompanham de perto os dados de inflação ao consumidor e produção industrial, que podem continuar pressionando a atuação do Banco Central Japonês.

SIMULAÇÃO DE RETORNOS

Tabela mostra retorno absoluto e como % do CDI para os perfis Conservador, Moderado, Arrojado e Agressivo até maio de 2025, além de benchmarks como CDI, Ibovespa e IHFA; perfil conservador lidera em retorno ajustado ao risco com índice de Sharpe de 12,48.Legenda: Simulação de Retorno por Perfil de Investimento – Maio/2025. 

Nossos resultados acumulados (de 31 de outubro de 2023 até 21 de maio de 2025) apresentaram estabilidade na semana, mesmo diante da diminuição do apetite a risco no ambiente doméstico. Nesse cenário, as carteiras recomendadas permanecem com rentabilidade acima do CDI no mês e volatilidade controlada em todos os perfis de investidor. Seguimos destacando a performance do arrojado e agressivo, que acumulam, até o dia (21), rentabilidades de 129% e 145% do CDI, respectivamente.

Gráficos mostram a curva de juros futuros em diferentes datas do COPOM e a evolução do Ibovespa entre novembro/2024 e maio/2025; queda na expectativa de juros acompanha valorização do índice.Legenda: Juros Futuros e Ibovespa: Impactos das Decisões do COPOM até Maio/2025.

No universo da renda fixa (Gráfico – Comportamento dos Juros), observamos, até o dia (22), uma leve redução nos juros futuros, impulsionada por fatores externos e pela postura firme do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em declarações, Galípolo afirmou que é coerente manter a taxa Selic em patamar elevado por um período prolongado, diante do cenário internacional desafiador e das expectativas de inflação ainda desancoradas. Apesar de não fornecer sinalizações explícitas (guidance), os agentes de mercado passaram a entender que já estão em curso diversos canais de transmissão da política monetária – como crédito, taxa de câmbio e mercado de trabalho – e que os efeitos cumulativos das elevações anteriores devem se intensificar nos próximos trimestres. Contudo, avaliamos que a combinação de estímulos fiscais, uma possível desaceleração econômica aquém do necessário e acordos comerciais que reduzem o risco de recessão nos EUA mantém o cenário em aberto para uma nova alta da Selic, até 15% ao ano. Independentemente do desfecho na próxima reunião do Copom, as oportunidades continuam presentes nos títulos do Tesouro Direto, especialmente nos papéis prefixados e atrelados à inflação (IPCA+), além dos produtos isentos de imposto de renda, como LCIs e LCAs, disponíveis em nossa prateleira.

Na renda variável (Gráfico – Evolução do Ibovespa), o ambiente local foi influenciado tanto por questões domésticas, quanto por fatores externos. Acompanhando o desempenho das bolsas americanas, o Ibovespa teve um desempenho negativo, e se afastou do recorde histórico de terça-feira (20), quando fechou acima de 140.000 pts. Neste contexto, seguimos observando uma relação risco/retorno atrativa, com destaque para a performance do fundo de ações AZ Quest Top Long Biased, que vem colhendo bons resultados com gestão ativa e criteriosa. Reforçamos para investidores com maior tolerância a risco e horizonte de longo prazo, a “Global Strategy”, com exposição diversificada em ativos de renda fixa e variável internacional, além de carteiras recomendadas de ações brasileiras e fundos imobiliários, acessíveis via nossa corretora de valores.

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