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Vamos lá!

Confira o resultado do cenário econômico nacional e internacional de 16 a 22 de junho, além da expectativa para a semana atual, por Roberto "Bob" Carline, estrategista-chefe do Banco Sofisa. Boa leitura!

Boa leitura!

SEMANA DE 16/06/2025

Ambiente Local

A semana teve início com a divulgação da prévia do PIB brasileiro, medida pelo IBC-Br, que mais uma vez surpreendeu, reforçando a resiliência da atividade econômica. Ainda que os dados do IGP-10 e as projeções do Boletim Focus tenham apontado para um arrefecimento nas expectativas de inflação, os números não foram suficientes para alterar o cenário Copom, que decidiu, novamente, pela elevação de 0,25 p.p. na taxa Selic, levando-a ao patamar de 15% ao ano. Como já antecipado, a decisão não era consenso entre os agentes econômicos, mas foi bem recebida pelo mercado. No comunicado, o Banco Central destacou as preocupações com pressões inflacionárias domésticas, em especial no campo fiscal, e ressaltou os desafios do ambiente externo.

No mercado de renda fixa, observamos um ajuste de alta nas curvas de curto prazo, refletindo a manutenção de juros elevados por mais tempo. Enquanto isso, o Ibovespa apresentou leve retração com a influência de ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como varejistas e bancos. Contudo, a postura firme do BC contribuiu para solidificar a confiança do mercado na condução da política monetária.

A percepção de risco medida pelo CDS5Y Brazil estável em 158pts, o Ibovespa recuou para 137.141 pts. Dólar em leve alta de 0,73%, atinge aos R$5,52. Os prêmios para LTN 2028 e NTN-B 2040 caíram, atingindo respectivamente 13,57% a.a e IPCA+6,95% a.a. 

Temos até o dia 17 de junho:

Rentabilidade Acumulada por Perfil x Índices de Referência – Junho2025Gráfico 01: Rentabilidade Acumulada por Perfil x Índices de Referência – Junho/2025.

Ambiente Internacional

O protagonismo da semana voltou a partir de dados e eventos norte-americanos, como tem sido praxe nos últimos meses. O início deste período foi marcado pela elevação das tensões no Oriente Médio, após o aumento do confronto entre Israel e Irã. A sinalização do presidente Donald Trump de que não descarta uma intervenção direta contribuiu para elevar as incertezas e a volatilidade nos preços do petróleo e nos mercados acionários globais. No campo econômico, os dados de vendas no varejo e produção industrial vieram abaixo do esperado, indicando um processo de desaceleração econômica em curso — ainda que em ritmo moderado. Mesmo diante desse cenário, o Fed manteve as taxas de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano, conforme amplamente esperado. Em seu comunicado, Jerome Powell novamente adotou cautela, destacando os riscos inflacionários persistentes.

Na Europa, o BoE também optou por manter a taxa básica de juros em 4,25% ao ano. Embora os indicadores de atividade tenham apresentado sinais de enfraquecimento, a resiliência da inflação e, principalmente, de seu núcleo continuam exigindo prudência por parte da autoridade monetária britânica

Na Ásia, tanto China quanto Japão mantiveram suas taxas de juros inalteradas. No entanto, o destaque segue sendo o BoJ, que começa a sinalizar um movimento mais austero, impulsionado por pressões inflacionárias internas e externas, além de preocupações com a sustentabilidade da dívida japonesa.

O Índice S&P 500 cede (-0,64%) aos 5.962 pts, o VIX (Índice do medo) sobe (+9,40%) para 20,72 pts. Já o Euro Stoxx 50  (-1,18%) e FTSE 100 (-0,86%). Índice DXY, sobe (+0,58%) para 98,77 pts. Petróleo (WTI) em leve alta (+0,67%) aos US$ 73.71/barril.

 

O QUE OBSERVAR NA PRÓXIMA SEMANA?

Ambiente local

Passada a incerteza em torno da decisão de política monetária, as atenções se voltam agora para a divulgação da ata do Copom e possíveis revisões nas expectativas captadas pelo Boletim Focus, após a elevação da taxa Selic para 15% ao ano. Ainda no campo dos indicadores econômicos, o calendário traz as tradicionais divulgações de final de mês, com destaque para o Índice de Confiança do Consumidor (FGV), transações correntes e investimento estrangeiro direto. No entanto, os holofotes devem seguir direcionados à dinâmica do mercado de trabalho, medida pelo Caged, além dos dados de inflação (IPCA-15 e IGP-M), que seguem como balizadores importantes para o cenário prospectivo de juros. 

Os temas estruturais do país relacionados a melhora do orçamento tendem a ganhar tração nos próximos dias em função da proximidade do recesso parlamentar — previsto para 18 de julho. A Câmara dos Deputados intensifica os trabalhos, com o grupo responsável sobre a reforma administrativa organizando novas rodadas de discussão. Paralelamente, o mercado segue monitorando os desdobramentos das alternativas à recente elevação do IOF, cujos impactos fiscais ainda permanecem incertos.

Por fim, reforçamos que o ambiente atual segue exigindo elevada disciplina na gestão de riscos, especialmente no segmento de crédito. A expectativa de aumento nos pedidos de recuperação judicial no país pode ampliar os spreads e adicionar volatilidade ao mercado, exigindo ainda mais rigor na seleção dos ativos. Nesse contexto, mantemos convicção na resiliência e na diversificação de nossas carteiras recomendadas, que seguem bem posicionadas frente aos diferentes cenários.
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Ambiente Internacional

Após uma semana movimentada no exterior, com as decisões de juros nos EUA, Reino Unido, China e Japão que não surpreenderam, os agentes de mercado agora buscam um novo patamar de acomodação às expectativas econômicas. Apesar da volatilidade se estender nos conflitos no Oriente Médio, seguimos entendendo que ainda com severos impactos humanitários, os danos econômicos tendem a permanecer limitados e sem mudanças estruturais, sendo que, o maior risco na nossa visão, apesar de uma baixa probabilidade, seria o bloqueio do estreito de Ormuz (uma das principais rotas de comércio global), que pode afetar o mercado de petróleo e consequentemente as projeções de  inflação global. 

Nos EUA, o foco estará sob o resultado do PIB, confiança do consumidor e núcleo do PCE; números de vendas de casas novas e usadas completam a agenda. Apesar da recuperação observada no curto prazo na bolsa americana, entendemos que a postura de cautela permanece adequada, uma vez que os fatores de risco e volatilidade continuam presentes na trajetória americana, tanto no que tange a desaceleração da atividade, quanto às preocupações com os rumos do fiscal no longo prazo.

Na Europa, o Reino Unido divulga o resultado do PIB, enquanto as projeções dos PMIs serão os destaques dos países que compõem a Zona do Euro. Ainda no âmbito regional, as prévias do CPI trarão insumos sobre a manutenção ou não do processo de desinflação no bloco.

Na Ásia, o Japão divulga o PMI Serviços e o núcleo da inflação, enquanto na China, ainda são esperados sinalizações de avanços no acordo comercial com os EUA.

SIMULAÇÃO DE RETORNOS

Rentabilidade e Risco por Perfil – Comparativo Trimestral e Anual  Junho2025Tabela 01: Rentabilidade e Risco por Perfil – Comparativo Trimestral e Anual | Junho/2025. 

Nossos resultados acumulados (de 31 de outubro de 2023 até 17 de junho de 2025) se mantiveram estáveis. Em uma semana de liquidez reduzida, marcada por feriados no Brasil e nos EUA, os agentes econômicos permaneceram em compasso de espera, acompanhando as decisões de juros e os comunicados das autoridades monetárias em ambos os países, além das tensões geopolíticas entre Irã e Israel. Assim, embora reajustes de expectativas já tenham sido refletidos nas negociações de sexta-feira, a evolução dos impactos será incorporada às cotas dos fundos recomendados apenas a partir da próxima semana.

Evolução da Curva de Juros – 30 de dezembro de 2024 até 18 de junho de 2025Legenda: Evolução da Curva de Juros – 30 de dezembro de 2024 até 18 de junho de 2025.

 

Ibovespa e Nível da Selic – últimos COPOMs até hoje

Legenda: Ibovespa e Nível da Selic – Últimos COPOMs até 31 de maio.

Na renda fixa, observamos reflexos imediatos na estrutura a termo de juros (Gráfico – Comportamento de Juros), após a decisão do Copom de elevar a Selic. Com a taxa alcançando o novo patamar e considerando a sinalização contida no comunicado da autoridade monetária, entendemos que o Banco Central deve, a partir de agora, concentrar seus esforços no monitoramento da eficácia dos canais de transmissão da política monetária, avaliando os desdobramentos sobre os indicadores econômicos. Embora o comunicado tenha deixado portas abertas para outras elevações, avaliamos que a probabilidade de novas altas na Selic é reduzida, devendo ocorrer apenas diante de deteriorações relevantes nas expectativas — especialmente no que diz respeito às pressões inflacionárias, sejam internas ou externas. Esses riscos estão devidamente mapeados, mas não compõem o cenário base atual. Assim, mantemos uma postura cautelosa, porém, seguimos reforçando as oportunidades ainda atrativas no mercado, especialmente em títulos do Tesouro Direto IPCA+ e prefixados, além de LCIs e LCAs com prêmios interessantes em nossa prateleira.

No que se refere à exposição internacional, nossa estratégia via Fundo multimercado Vinci Atlas mantém o foco em riscos idiossincráticos globais — ou seja, desvinculados de movimentos sistêmicos amplos. Nesse sentido, a gestora seguiu com a redução da posição em Egito, priorizando ativos com fundamentos mais sólidos. Há uma visão construtiva de que uma eventual reaproximação comercial entre EUA e China pode ser um trigger positivo de curto prazo, ampliando o apetite ao risco nos mercados globais. Adicionalmente, a gestora acredita que o eventual enfraquecimento do dólar (DXY) e o aumento da fragmentação da liquidez global tendem a abrir oportunidades para países emergentes, como o Brasil. Essa tese também favorece, no médio a longo prazo, nossa estratégia de renda variável Az Quest Top LB, que tende a capturar movimentos de redirecionamento de fluxos de capital em direção a ativos com maior assimetria de retorno.

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