Confira o resultado do cenário econômico nacional e internacional da semana de 16 a 22 de setembro de 2024, além da expectativa para a semana atual, por Roberto "Bob" Carline, estrategista-chefe do Banco Sofisa.
Brasil
A semana no Brasil atendeu à maioria das expectativas e a taxa Selic subiu de 10,50% a.a. para 10,75% a.a. no dia 18, confirmando que nosso Banco Central permanece com uma postura proativa no combate contra eventual alta da inflação. Apesar do tom duro do comunicado, o movimento foi bem recebido. Porém, o resultado de receitas tributárias abaixo do esperado e a percepção de que os cortes feitos no orçamento do país se mostrarão insuficientes causaram forte impacto negativo nos mercados de ações e renda fixa, que já aponta para novas altas da Selic acima de +0,50 pp.
Mundo
A semana no Exterior foi brilhante, com os Bancos Centrais do Reino Unido e Japão atendendo às expectativas, e o Fed reduzindo as taxas de juros de 5,50% a.a. para 5,00% a.a. nos EUA. Mais do que isso, vemos que a economia norte-americana permanece robusta, funcionando segundo o que o Fed deseja, e que ao menos mais dois cortes de 0,25 pp nos juros norte-americanos devem ocorrer. A melhor demonstração do que falamos é o novo recorde atingido pelo índice de ações S&P 500: 5.730,40 pontos no dia 19 deste mês.
Resultados
Os nossos resultados acumulados (de 31 de outubro de 2023 até 18 de setembro de 2024) permanecem robustos neste mês, trimestre e desde o início de nossas recomendações. Os ganhos com renda fixa que capturamos na última semana foram parcialmente apagados pelas estratégias de ações usadas nos perfis arrojado e agressivo. Mesmo assim, a perda de força foi mínima nos últimos 05 dias e continuamos superando o CDI e o IHFA, referência para investimentos com volatilidade, com consistência ao longo de nossa história.
Tabela 1: Simulação CDI 31 de outubro de 2023 até 11 de setembro 2024.
Tabela 2: Simulação CDI 31 de outubro de 2023 até 18 de setembro 2024.
A semana que começa em 23 de setembro será fundamental para o Brasil e para o entendimento do que podemos esperar nos próximos meses, calibrando a percepção de risco a partir dos dados sobre inflação e receitas, mais despesas do governo que serão divulgadas nos próximos dias. Se confirmada a percepção de que os cortes feitos no orçamento do país foram insuficientes, é muito provável que o Banco Central precise elevar a Selic para um nível até maior que os 12,00% a.a. já esperados por alguns agentes econômicos. Um curto prazo desafiador em uma trajetória ainda favorável.
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