Por mais que sejamos felizes no emprego, o stress diário e os objetivos de médio e longo prazo podem nos fazer buscar alternativas para garantir reservas de recursos, aumentar o patrimônio pessoal e, especialmente, obter tranquilidade financeira para o resto da vida. E uma das formas de conseguir isso é por meio de investimentos e aplicações, como CDBs, LCAs, LCIs, entre outros. Todavia, para poder aplicar corretamente, é importante dispor de ferramentas, métricas e outros itens que ajudem a investir bem. E uma delas é a observação constante da taxa CDI.
Para você entender melhor como essa taxa pode ser útil e ajudar a tomar as decisões mais acertadas em seus investimentos futuros, preparamos um breve guia para responder as principais questões sobre ela e outros termos relacionados. Confira!
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de dívida emitido por instituições financeiras para outras instituições financeiras. Estes títulos são gerados quando essas entidades, especialmente bancos, possuem necessidade de pegar empréstimos com outros bancos. Ou seja, elas emitem CDIs e captam o dinheiro no mercado interbancário.
A necessidade de manter o equilíbrio de caixa é o principal motivador para aquisição destes títulos. Em outras palavras, a posição de curtíssimo prazo dos bancos pode carecer de liquidez, tornando a venda de CDI algo necessário. Isso não significa que o banco está em processo de falência, indica apenas que todos os ativos da instituição financeira estão alocados e há uma necessidade de equilíbrio de caixa de curtíssimo prazo.
O CDI tem características e modo de funcionamento semelhantes ao do CDB, com a diferença de não poder ser comercializado com investidores, somente com bancos e outras instituições financeiras.
A grande vantagem é que eles possibilitam maior fluidez ao mercado financeiro, já que quem está com dinheiro parado, pode emprestar para quem está com alguma necessidade de liquidez imediata, de modo que todas as instituições possam encerrar o dia com saldos positivos e rendendo.
A taxa CDI over, também conhecida como taxa DI over (Taxa dos Depósitos Interbancários), resulta da taxa média dos juros dos CDIs de curtíssimo prazo comercializados entre os bancos.
Vale destacar que, como o CDI é utilizado para remunerar o caixa de curtíssimo prazo dos bancos, ele costuma ficar perto da taxa Selic, usada pelo Banco Central para regular os juros básicos da economia.
A taxa CDI é tão difundida que serve como referência para saber quando um investimento, especialmente de renda fixa, é interessante e rentável ou não (tal procedimento é conhecido como “benchmark”), pois é considerado como custo de oportunidade dos participantes do mercado. Ela também é utilizada como referência para outras taxas praticadas pelas instituições bancárias em seus produtos financeiros, podendo definir o rendimento de CDBs, RDBs, entre outros.
A taxa CDI é calculada pela Cetip com base na média ponderada de todas as negociações feitas por entidades diferentes nesse sistema. A Cetip é uma empresa privada de capital aberto que centraliza todas as negociações de CDI realizadas no mercado brasileiro.
O CDI é bastante usado pelas instituições financeiras brasileiras para indexar a rentabilidade de seus produtos de investimento, pois esta é, em teoria, a menor taxa que instituição financeira receberá caso precise emprestar este dinheiro. Portanto, é comum para o investidor brasileiro encontrar LCIs (Letras de Créditos Imobiliários), CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e LCAs (Letras de Créditos de Agronegócios) atrelados a um percentual do CDI.
Dessa forma, ela acaba sendo usada como termômetro por quem realiza investimentos nesses e em outras aplicações financeiras.
Sendo assim, vale ressaltar que CDI não é um investimento para pessoas físicas, mas sim um referencial usado por outros investimentos que rendem determinadas porcentagens da taxa CDI. Geralmente, isso é expresso da seguinte maneira: 102% do CDI; 110% do CDI; 85% do CDI e assim por diante.
Todo investidor deve observar quanto um determinado investimento pode render levando em consideração a taxa CDI e o risco da instituição em que fará a aplicação. Isso porque instituições com maior risco tendem a ter taxas de retorno mais elevadas em relação ao CDI. Em contrapartida, instituições com risco menor, possuem possibilidades de retornos menores.
Porém, o investidor pode ter alguns de seus investimentos em renda fixa, tais como LCIs e LCAs, garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em caso de algum problema de liquidez dessas entidades. E isso independentemente da condição de risco da instituição financeira que os emitiu, mas com limite de até R$ 250.000,00.
A taxa CDI demonstra o custo do dinheiro dentro do mercado financeiro, servindo como referencial. Todavia, é importante ressaltar que tal ponto ocorre com base nos títulos privados negociados entre os bancos, ao passo que a taxa Selic serve como outro referencial, tendo como base transações envolvendo títulos públicos.
Para entender melhor, o investidor pode buscar ferramentas de simulação de investimentos na web que levem em consideração a taxa CDI. Estas, além de demonstrar como ela é usada, também permitem descobrir quanto é possível obter de retorno em curto, médio e longo prazo aplicando quantias financeiras específicas.
Quem deseja ingressar no mercado financeiro como investidor deve estar atento à taxa CDI, bem como a outros instrumentos que ajudam a tomar as melhores decisões na hora de aplicar. Todavia, escolher entre as diferentes opções no mercado pode ser uma tarefa difícil pela falta de experiência, o que, geralmente, nos faz optar por alternativas pouco rentáveis.
Por isso, é importante também contar com ajuda externa e realizar muitas pesquisas na área, inclusive consultando uma entidade renomada e profissionais experientes que auxiliem na compreensão das diferentes nuances do mercado financeiro.
Ficou com alguma dúvida sobre como funciona o CDI ou a taxa CDI over? Compartilhe conosco nos comentários para que possamos ajudá-lo!