Carta Mensal MAIO/25: Onde investir com a Selic em alta?
por: Sofisa Direto
Análises Financeiras
Publicado em: mai 21, 2025
Atualizado em: mai 21, 2025
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Aproveite a nossa Carta Mensal, preparada pelo nosso estrategista-chefe Roberto Carline, que tem o objetivo de levar informações do mercado para apoiar a tomada de decisão na hora de investir, seja qual for o seu perfil de risco.
Confira o que o material traz este mês:
Retrospectiva: Abril 2025
Ambiente misto, mas dentro das expectativas, trouxe resultados positivos para as alternativas de maior risco
Ainda que o início de abril tenha trazido muitas oscilações e incertezas por causa da economia norteamericana e os desdobramentos da nova política tarifária dos EUA, o Brasil apresentou-se bem posicionado e atravessou com tranquilidade esse período. Com uma posição que se fortalece internacionalmente quando comparado a outros países em desenvolvimento, nossos mercados de renda variável, cambio e taxa de juros – que apresentaram um arrefecimento e patamares mais baixos nas negociações dos títulos do Tesouro Nacional – produziram ganhos atrativos e que demonstram, novamente, o benefício da diversificação. Ainda que o prêmio de risco medido pelo CDS5Y Brazil tenha se mostrado estável, projeções mais baixas para a inflação medida pelo IPCA, fortalecimento do Real frente ao Dólar e a atividade econômica ainda robusta (uma potencial ameaça para inflação e cortes na Selic) foram elementos de destaque, assim como sinais fortes de que o cuidado com a política fiscal permanece um item relevante.
Apesar de um final de mês mais sereno do que os primeiros 20 dias, os EUA foram protagonistas de alternância entre euforia e pessimismo elevados. As pioras nas expectativas de inflação, no sentimento econômico e a confiança do consumidor mantiveram as respectivas tendências. Assim, os dados que variam entre leve contração do PIB no 1º trimestre deste ano e o mercado de trabalho um pouco menos pujante, segundo algumas perspectivas, há um certo “compasso de espera” por parte das empresas implementarem planos de investimentos e reajuste das carteiras de investimentos das pessoas físicas. Ao mesmo tempo, países como China e Índia continuam com economias robustas e apresentando oportunidades de investimentos, assim como a União Europeia para quem tem uma propensão ao risco um pouco menos forte quando comparada aos mercados asiáticos.
Esse contexto enfraqueceu o Dólar frente a outras moedas relevantes, a exemplo do que aconteceu com o nosso Real, e tem levado a mais perguntas do que respostas sobre a evolução da taxa de juros e o crescimento ao redor do mundo – ainda que pareçam temas já pacificados no curto prazo. Assim um mundo mais incerto – o que também foi refletido pelo “termômetro VIX” – também nos mostra oportunidades.
A menor exposição à economia norte-americana em nossas estratégias trouxe impactos positivos às nossas recomendações e ainda apresentam perspectivas atrativas (até 30 de abril de 2025):
Tabela 01: Resumo de Indicadores Econômicos de Maio de 2025.
Veja a comparação da rentabilidade simulada das carteiras recomendadas com o CDI, IHFA, Ibovespa e o CDB de liquidez diária (105% do CDI) do Sofisa Direto:
Gráfico 01: Desempenho dos Investimentos e Inflação – Maio de 2025.
Ambiente econômico: Brasil
Reunião do COPOM é o primeiro ponto de atenção para um mês que pode consolidar uma trajetória positiva
A reunião do COPOM, no dia 07 deste mês, tende a confirmar as expectativas dos agentes econômicos e anunciar a elevação da Selic para 14,75% a.a. Contudo, mais importante do que o número em si será, novamente, a sinalização do comunicado e da ata dessa reunião. Ainda que algumas expectativas já apontem para 14,75% a.a. o nível da nossa taxa de juros básica no final deste ano, as projeções de inflação acima de 5,50% para 2025 e o contexto internacional incerto nos fazem manter a visão aderente a 47,50% da probabilidade de nova alta ainda este ano e para nível superior a 14,75% a.a.
Paralelo a isso, ainda vemos um debate ao redor de contas públicas para 2025 e 2026. Mesmo sem nenhum destaque no momento, aspectos como a composição da dívida pública indexada ao CDI e eventuais gastos adicionais (ex.: debate sobre o ressarcimento aos aposentados e pensionistas que sofreram perdas) atraem a atenção do mercado financeiro, que ainda avalia os impactos da queda do preço do petróleo no mercado internacional, possíveis impactos no fluxo de caixa e os dividendos da Petrobrás. Logo, os desdobramentos do novo ambiente internacional que vão sendo gerados a partir dos EUA com balanço favorável no curto prazo tanto no agronegócio como no setor de calçados.
Assim, as próximas semanas tendem a ser de acomodação a um contexto de muitas incertezas que tem se apresentado benéficas em termos relativos ao Brasil. Os desdobramentos desses eventos, se bem recebidos em nosso país, podem consolidar uma trajetória positiva aos ativos de risco, como a renda fixa prefixada e atrelada a inflação, sem descartar a renda variável para quem tem apetite para risco e prazos mais dilatados.
Gráfico 02: Evolução da Selic e Projeções do Mercado – Maio de 2025.
Ambiente econômico: internacional
Bancos Centrais relevantes divulgam taxas ao longo do mês, mas palavras serão mais importantes que números
Em mais um mês com rodada de divulgação de taxas de juros, as expectativas tendem a se confirmar com BoJ-Banco do Japão mantendo sua taxa em 0,50% a.a. ao mesmo tempo que o FOMC (Fed) deve deixar inalterado em 4,50% a.a. os juros básicos nos EUA, contudo não será surpresa se o BoE-Banco da Inglaterra reduzir de 4,50% a.a. para 4,25% a.a. o referencial de renda fixa no Reino Unido. Dessa forma, as atenções permanecem nas atas e entrevistas envolvendo as decisões.
Nos EUA, os olhares, além do pronunciamento de Jerome Powell na sequência do anúncio do FOMC, estarão voltados para os indicadores de inflação, tanto a expectativa com a realizada, sentimento econômico e confiança do consumidor e performance do mercado de trabalho. Todos esses elementos tem impacto relevante no processo de gestão monetária do Fed. Contudo, crescimento econômico e outros dados de atividade (ex.: mercado imobiliário e investimentos das empresas) devem se somar ao ambiente fiscal e de comercio internacional (ambos deficitários há muitos anos) e nos permitir um melhor entendimento do impacto das medidas implementadas que são relacionadas ao arcabouço MAGA.
Paralelo a isso, a performance da China tanto no aspecto econômico como de posicionamento na arena de reorganização da economia global, a Índia em seu processo de crescimento robusto há mais de uma década, o avanço de outras economias do sudeste asiático com ênfase em tecnologia e ganhos de eficiência e a revisão estratégica da União Europeia tendem a ser um contraponto aos EUA. Assim, as oportunidades são mais prováveis fora da economia norte-americana e em moeda diferente do Dólar norte-americano.
Gráfico 03: Taxa de Juros dos EUA e Expectativas do FED – Maio de 2025.
CARTEIRA RECOMENDADA: PERFIL CONSERVADOR
A carteira recomendada para o perfil conservador é composta por diferentes produtos e estratégias de Renda Fixa, como ilustrado abaixo.
Legenda: Composição da Carteira, Volatilidade e Meta – Perfil Conservador (Maio/2025).
Confira o resultado simulado da carteira recomendada conservadora desde seu início.
O gráfico ao lado apresenta o resultado da carteira
recomendada ao longo do tempo, desde o dia 31 de
outubro de 2023. Nele, é possível observar que a
estratégia teria apresentado retorno acumulado de
forma consistente ao longo do período.
Confira os resultados simulados da carteira recomendada em Abril/2025
Gráfico 05: Resultados e Composição da Carteira – Perfil Conservador (Maio/2025).
CARTEIRA RECOMENDADA: PERFIL MODERADO
A carteira recomendada para o perfil moderado é composta pela combinação de estratégias de Renda Fixa e Multimercado, como ilustrado abaixo.
Gráfico 06: Composição da Carteira, Volatilidade e Meta – Perfil Moderado (Maio/2025).
Confira o resultado simulado da carteira recomendada moderada desde seu início.
O gráfico ao lado apresenta o resultado da carteira recomendada ao longo do tempo, desde o dia 31 de outubro de 2023. Nele, é possível observar que a estratégia teria apresentado resultado superior ao IHFA – sua referência por incorporar risco de mercado.
Confira os resultados simulados da carteira recomendada em Abril/2025
Gráfico 07: Resultados e Composição da Carteira – Perfil Moderado (Maio/2025).
CARTEIRA RECOMENDADA: PERFIL ARROJADO
Agregando estratégia de Bolsa de Valores, a carteira recomendada para o perfil arrojado também é composta por estratégias de Renda Fixa e Multimercado, como ilustrado abaixo.
Gráfico 08: Composição da Carteira, Volatilidade e Meta – Perfil Arrojado (Maio/2025).
Confira o resultado simulado da carteira recomendada arrojada desde seu início.
O gráfico ao lado apresenta o resultado da carteira recomendada ao longo do tempo, desde o dia 31 de outubro de 2023. Nele, é possível observar que a estratégia teria apresentado resultado superior ao IHFA – sua referência por incorporar risco de mercado.
Confira os resultados simulados da carteira recomendada em Abril/2025
Gráfico 10: Resultados e Composição da Carteira – Perfil Arrojado (Maio/2025).
CARTEIRA RECOMENDADA: PERFIL AGRESSIVO
A carteira recomendada para o perfil agressivo é composta pela combinação de estratégias de Renda Fixa, Multimercado e Bolsa de Valores, assumindo mais risco que o perfil arrojado, como ilustrado abaixo.
Gráfico 11: Composição da Carteira, Volatilidade e Meta – Perfil Agressivo (Maio/2025).
Confira o resultado simulado da carteira recomendada agressiva desde seu início.
O gráfico ao lado apresenta o resultado da carteira recomendada ao longo do tempo, desde o dia 31 de outubro de 2023. Nele, é possível observar que a estratégia teria apresentado resultado superior ao IHFA – sua referência por incorporar risco de mercado.
Confira os resultados simulados da carteira recomendada em Abril/2025
Gráfico 11: Resultados e Composição da Carteira – Perfil Agressivo (Maio/2025).
PENSANDO SOBRE INVESTIMENTOS
Renda Fixa
Sem alterações, renda fixa se estabiliza e passa a exigir mais seletividade do investidor
Com a Selic seguindo para 14,75% a.a. na reunião do COPOM, no dia 07 deste mês e o mercado bastante dividido entre manutenção (52,50% de probabilidade) e elevação (47,50% de probabilidade) na reunião de 18 de junho, não seria de estranhar algum nível de volatilidade retornando ao mercado de renda fixa. Mesmo assim, ainda prevalece a visão de que o processo de correção que ocorre desde dezembro de 2024, com a compressão de taxas no mercado de títulos públicos, pode continuar por mais um pouco de tempo. Porém, mesmo essa compressão ainda oferece taxas muito atrativas nos títulos indexados pela inflação (IPCA+) e prefixados também, especialmente quando comparados com o CDI – tanto em 2025 como em prazos mais longos, e considerando que estes podem ter retorno negativo em um momento (mês) ou outro ao longo do tempo.
A atenção sobre a qualidade de crédito privado permanece, especialmente em um ambiente no qual se espera um menor nível de crescimento econômico.
Multimercado
Mais seletividade para superar os desafios de momento
Assim como trouxemos no mês passado, com as fontes de risco se alternando com grande frequência em um ambiente, no qual até as economias desenvolvidas têm maiores níveis de incertezas, as estratégias multimercado encontram maiores dificuldades para manter consistência de retornos ao longo dos meses.
Desta forma, fortalecemos a importância de avaliar o papel das estratégias que compõe os fundos, assim como o papel do fundo na estratégia de investimentos como um todo. Também não podemos perder de perspectiva dois aspectos:
- Os multimercados não são estratégias para prazos curtos, pois demandam tempo para atingir seus objetivos de retorno;
- Por serem cíclicos, tanto o movimento de aplicação como de resgate não deveriam tomar como base o momento e sim a tendência, sempre de modo muito refletido frente ao potencial de retorno.
Renda variável
Riscos de curto prazo permanecem, mas perspectivas positivas se mantém em estruturas com proteção
Com retorno acumulado de 12,3% em 2025 não podemos dizer que, apesar dos riscos e incertezas, o Ibovespa não tem se apresentado com oportunidades ao longo do tempo para investidores que tenham tolerância e capacidade ao risco, além de horizonte de investimento no mínimo superior a 06 meses.
Com consistência de longo prazo e desde que começamos sua recomendação, em 31 de outubro de 2023, acumulando retorno de 29,90% ao mesmo tempo que o Ibovespa atingiu 15,70% em igual período, entendemos que as perspectiva de nossa estratégia permanecem favoráveis para horizontes de investimentos mais dilatados.
Destaque também para o potencial de captura de retorno com liquidez, por meio de Fundos Imobiliários, ETFs e BDRs que estão disponíveis por meio da Genial Investimentos, nossa Corretora parceira.
Classes de ativos
O quadro abaixo mostra a performance dos principais indicadores do mercado nos últimos anos, sendo o IMA-B, S&P 500 e IRF-M os que tiveram os melhores resultados acumulados nos últimos 11 anos. Essa oscilação reforça a importância de uma exposição em diversos tipos de ativos como forma de proteger e potencializar os resultados ao longo do tempo, uma vez que as classes de ativo se revezam nas primeiras posições ano após ano.
Tabela 02: Tabela de Rentabilidade por Classe de Ativos – Maio de 2025.
Obs: A valorização do S&P500 esta apresentada em dólar (US$), logo deve ser adicionada a valorização do dólar (US$) no período para converter para real (R$) - visão do investidor brasileiro.
1º lugar | 2º lugar | 3º lugar |
- IMA-B: índice que reflete a oscilação de uma cesta de títulos atrelados ao IPCA, ou seja, que oscilam de acordo com a inflação mais um componente prefixado.
- IRF-M: indicador que mede a variação do mercado de renda fixa prefixada.
- IHFA: referência para os multimercados, é calculado pela ANBIMA e reúne os fundos mais representativo dessa classe.
- Ibovespa: o mais conhecido índice de bolsa de valores do Brasil demonstra a variação diária do preço das ações que correspondem a cerca de 80% do número de negócios e do volume financeiro do nosso mercado de capitais, sua composição é reavaliada trimestralmente.
- S&P 500: tradicional índice de bolsa de valores que apresenta a evolução do preço das ações das 500 maiores empresas por valor de mercado dos Estados Unidos.
- CDI: seu nome completo é Certificado de Depósito Interbancário e é uma taxa diária, normalmente expressa em termos anuais, diretamente associada à Selic (taxa básica da economia brasileira, avaliada pelo Banco Central a cada 45 dias) e que serve como uma das referências para o mercado de renda fixa.
- USD: dólar norte-americano, em taxa dada pelo Banco Central do Brasil.
Sobre
Aviso legal
Esse material não deve servir como única fonte de informações no processo decisório do investidor que, antes de tomar qualquer decisão, deverá realizar uma avaliação minuciosa do produto e respectivos riscos, face aos seus objetivos pessoais e ao seu perfil de risco ("Suitability"). É importante ressaltar que rentabilidade passada não representa nenhuma garantia de desempenho futuro. Assim, não é possível prever o desempenho futuro de um investimento a partir da variação de seu valor de mercado no passado. O Banco Sofisa não assume que os investidores vão obter lucros, nem se responsabiliza pelas perdas. LEIA O FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS E O REGULAMENTO ANTES DE INVESTIR. RENTABILIDADE PASSADA NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA. FUNDOS DE INVESTIMENTO NÃO CONTAM COM GARANTIA DO ADMINISTRADOR, DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE SEGURO OU FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO – FGC.
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