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Não existe época melhor para iniciar um bom planejamento financeiro do que no início do ano, quando você pode se organizar melhor para eliminar o que for supérfluo ou desnecessário do seu orçamento. Esse período marca o começo de um novo ciclo, leva a importantes reflexões sobre renovação e muitas promessas são feitas.
Porém, caso você precise se estruturar economicamente e já esteja no meio ou no final do ano, não tem problema. O que é importa é buscar meios de economizar o quanto antes para obter uma condição financeira mais estável. Então, por que não aproveitar para começar também a fazer o controle das despesas?
Uma forma eficaz de organizar as suas finanças é classificar as suas despesas em três categorias: gastos essenciais, supérfluos e necessários. Mas você sabe como fazer isso? E o que incluir em cada categoria?
Para ajudá-lo, explicaremos o significado de cada grupo e como você poderá separar os seus gastos nos três conjuntos. Também separamos dicas para economizar nos três. Vamos lá?
Essa categoria abrange aqueles gastos que são chamados de custos de vida. São despesas que em nenhuma hipótese poderão ser eliminadas do seu orçamento, pois são cruciais para a sua subsistência e de sua família, para assegurar a dignidade humana e manter as rotinas diárias.
Especificamente, gastos essenciais são aqueles dos quais você depende para morar, comer, cuidar da saúde etc., de modo que eliminá-los poderá trazer problemas para você, inclusive de saúde. Então, quer dizer que não há o que fazer em relação a eles? Não necessariamente. Se não é possível cortá-los, com certeza, você pode reduzi-los. Veja algumas dicas:
Não é segredo para ninguém que houve uma retração no mercado imobiliário, e muitas pessoas que compraram apartamentos pensando em faturar com o aluguel não estão conseguindo manter os seus imóveis ocupados. Com isso, o valor de aluguel dos imóveis vem caindo.
Se você mora em um imóvel locado, é hora de renegociar o seu contrato e tentar diminuir o valor mensal pago. Caso o proprietário não queira fazer a redução, não perca tempo e comece a procurar outro lugar para morar. Você vai se surpreender com os valores encontrados por aí.
Você pode fazer a sua busca em sites e aplicativos especializados nisso, como QuintoAndar, Chaves na Mão e Zap Imóveis. Grupos no Facebook também são bons locais de buscas, especialmente na sua localidade. O melhor é que poderá falar diretamente com os proprietários e encontrar imóveis na sua localidade, conforme as suas preferências.
Existem grupos destinados a reunir proprietários e inquilinos que especificam critérios a serem seguidos, como anunciar apenas bens que, por exemplo, aceitam animais ou não necessitam de fiador.
Contas de água, telefone e energia, entre outras, são consideradas de consumo, porque você paga pelo que utiliza. Dessa forma, já existem maneiras simples de reduzi-las: falar menos ao telefone, economizar energia e racionalizar o uso da água em casa.
Todavia, também é possível economizar renegociando os valores com as empresas fornecedoras. No caso das operadoras de telefone, por exemplo, existem inúmeros pacotes com outros serviços oferecidos que podem sair mais em conta e trazer mais benefícios.
Se você não tem um plano pago pela empresa na qual trabalha, há maior flexibilidade para contratar. Para tanto, procure rever o que é oferecido dentro do seu plano e estude a possibilidade de adotar um pacote mais simplificado, pelo menos durante um tempo.
Se você tem mais de 35 anos, certamente viveu em uma época na qual ninguém tinha um telefone celular, não é mesmo? E o mundo não deixou de se desenvolver por isso, muito pelo contrário!
Embora seja importante contar com um celular na atualidade, gastar com modelos caros ou recarregar créditos constantemente são práticas que podem ser limitadas até se ter apenas o necessário.
Isso significa adquirir modelos simples, mas funcionais, e recarregar só o preciso para conversas importantes ou momentos de urgência. Conversas mais casuais podem ser feitas por mensageiros instantâneos, redes sociais, e-mails etc.
Para entender melhor o que são os gastos necessários, basta pensar desta mesma forma: o que você possui hoje e que poderia abrir mão? A categoria de custos necessários é comumente confundida com a dos supérfluos e, de fato, alguns itens podem se encaixar nas duas, dependendo do tipo de uso que você faz do bem.
Além do já citado telefone celular, podemos incluir na categoria de itens necessários o carro, as viagens de férias e a TV por assinatura. Da mesma forma que as despesas essenciais, você pode simplesmente reduzir alguns desses gastos. Entretanto, cortá-los, por um determinado período, não fará falta e rapidamente você se acostumará à nova situação. Veja alguns exemplos:
Embora seja muito prático, o carro é um bem que traz despesas, sofre com a depreciação e, no fim das contas, o prejuízo é certo. Atualmente, existem muitas opções de transporte coletivo e até individual, por meio dos aplicativos de carona compartilhada.
Se você é daqueles que gosta muito de dirigir, tente ser racional na aquisição do seu carro. Um automóvel com itens de luxo, que custará muito mais do que o seu orçamento pode pagar, se enquadrará na categoria de gastos supérfluos e você vai se endividar à toa. Portanto, se for adquirir um veículo, opte por um modelo econômico e simples, mas que atenda às suas necessidades de locomoção.
É difícil incluir esse item na categoria de gastos necessários, em vez dos gastos essenciais. Afinal, todo mundo que trabalha muito merece uns dias de descanso. Contudo, será que não é possível tirar férias gastando pouco?
Aquela viagem caríssima, que você tanto sonha, pode ficar para depois, quando você tiver uma reserva econômica maior. Antes disso, procure tirar férias fora de temporada e estude maneiras alternativas de viajar, inclusive por meio de caronas. Se a passagem de avião estiver muito cara, por que não ir de ônibus, por exemplo?
Sabe aquela sensação de ficar passeando pelos canais da TV por assinatura, sem achar nada de interessante? Pois é, essa sensação tem ficado cada vez mais comum. Então, que tal reduzir o seu pacote e procurar outras formas de entretenimento?
Atualmente, serviços de streaming têm se tornado muito populares e algumas opções são bem acessíveis em termos financeiros. A Internet também fornece diversas opções para quem busca uma alternativa à velha e boa TV. Além disso, você pode tentar passar mais tempo com a família, com os amigos e ainda ler aqueles livros que comprou, mas que não consegue ler.
Existem algumas orientações que você pode pôr em prática no seu dia a dia para conseguir economizar com os gastos essenciais e necessários. Veja algumas:
sempre compare preços entre diferentes lojas. Atualmente, existem aplicativos e sites que ajudam nessa tarefa, como Buscapé e Zoom. Alguns, inclusive, oferecem análise de históricos de preços para você saber se determinado item está realmente com um preço bom quando for adquiri-lo;
troque marcas mais caras pelas mais baratas, pois alguns produtos podem custar até 12 vezes mais do que os seus similares de marcas menos conhecidas ou prestigiadas;
defina critérios para saber o que, de fato, é essencial ou necessário. Por exemplo, se precisa de carro para trabalhar, como taxistas e motoristas, então ele é essencial. Mas se usa só para ir ao trabalho e ele pode ser substituído por ônibus ou bicicleta, então é necessário, mas não essencial;
planeje antecipadamente as suas compras para aproveitar épocas de descontos, como liquidações de fim de ano. Você poderá adquirir vestuários e alimentos importantes para você e a sua família;
compre frutas, legumes, verduras e outros alimentos em feiras, pois costumam praticar preços melhores;
veja a possibilidade de adquirir um filtro de água para economizar com a aquisição de água mineral;
combine caronas para o trabalho ou outros locais com colegas, amigos ou familiares.
Os gastos supérfluos podem ser confundidos com os necessários, mas têm um agravante: normalmente custam muito mais do que você pode pagar e, se forem eliminados, não farão falta alguma.
Aqui entram carros de luxo, jantares em restaurantes caros, roupas da moda etc. Geralmente são itens adquiridos para se obter status social ou satisfazer desejos de consumo, mesmo que não sirvam para propósitos práticos no seu cotidiano.
A seguir, veja como economizar com esses produtos por meio de alguns exemplos:
Quando as lojas lançam as suas coleções de roupas masculinas e femininas, elas buscam inspiração nas tendências mundiais. Por isso, é normal que troquem os vestuários com grande frequência, normalmente de três em três meses, por conta da mudança das estações do ano. Dessa forma, elas também estimulam as suas vendas.
Contudo, acompanhar essas tendências trocando o conteúdo do guarda-roupa com a mesma periodicidade não é necessário, a não ser que você trabalhe no ramo de moda ou em algo relacionado a ela, e precise promover peças, acessórios, calçados etc.
Claro que estar bem-vestido é fundamental, inclusive, para a realização de bons negócios no trabalho. Porém, será que não daria para investir em roupas que acabaram de sair das vitrines em vez de adquirir as que chegaram recentemente? E que tal comprar peças fora de estação, isto é, vestuários de frio no verão e de calor no inverno? Você poderá obter grandes economias com essa prática!
Os gastos com alimentação são essenciais, mas nem tudo que está na prateleira do supermercado é tido como item fundamental de alimentação. Aliás, o supermercado é um dos vilões do consumismo, pois é lá que você acaba sucumbindo às tentações alimentares. Então, que tal deixar aquele sorvete importado para depois? O seu orçamento vai agradecer.
Além do que foi citado, você pode evitar ou reduzir gastos supérfluos por meio de escolhas mais conscientes, e com a aplicação das seguintes dicas:
não comprar nada por impulso, pois isso pode levar você a gastar mais do que o necessário com itens que não terão utilidade;
pesquisar se algo que você deseja pode ser locado em vez de comprado, como uma peça de roupa para um evento ou um veículo;
evitar comer fora de casa muitas vezes, inclusive lanches. Mesmo que pareçam poucos reais, o somatório dos gastos com esses itens pode gerar um montante elevado no final do mês;
trocar objetos supérfluos por itens mais simples, que fazem a mesma função, como apontado acima no exemplo do carro de luxo versus o carro econômico;
começar eliminando itens que não têm muito uso, caso tenha dificuldade de excluir todos os supérfluos. No caso de um veículo luxuoso, ele ainda transporta as pessoas, porém um souvenir caro para o banheiro pode ser deixado para um momento economicamente mais propício;
cortar academia se, para você, significar um gasto supérfluo. Você pode realizar exercícios ao ar livre, como em parques e praças. Todavia, se ir à academia é vital para a sua saúde e não tem a ver tanto com estética, então essa despesa pode ser necessária e até essencial, principalmente se houver recomendação médica.
Para otimizar o seu consumo e evitar problemas financeiros, é fundamental fazer um bom planejamento econômico. Para começar, é importante definir orçamentos para grupos de contas, como gastos com moradia, alimentação, transporte etc.
Dividindo e estipulando valores para cada, será possível controlar melhores despesas de forma individual e grupal. Essa restrição orçamentária também ajuda a moldar hábitos de consumo, deixando-os mais conscientes.
Além disso, é necessário fazer um bom controle das suas receitas e despesas, anotando tudo em uma planilha ou em aplicativos de gestão financeira pessoal. Dessa maneira, você conseguirá descobrir desperdícios ou excessos, podendo reduzi-los para equilibrar as suas economias de uma forma mais saudável, isto é, sem precisar fazer cortes bruscos em gastos necessários ou essenciais.
Este post traz apenas algumas dicas do que você pode cortar, ou reduzir, para ter um ano mais tranquilo, graças a um bom controle das despesas. No entanto, cada pessoa é livre para montar o seu orçamento e ver o que se encaixa melhor nessas três categorias. Apenas se lembre de categorizar os seus gastos conforme os seus níveis de necessidade, para não errar e acabar cortando algo essencial pensando que é supérfluo.
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